Adote uma Criança.

12 de Novembro de 2011
Jarbas Lima Lemes

Jarbas Lima Lemes

Adotar uma criança é sim um ato de amor, incondicional. Segundo Allan Kardec: “O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito” (Evangelho Segundo o Espiritismo – Kardec, A.). Quando adotamos, ou pensamos em adotar uma criança, devemos estar cientes de que entra para nossas vidas outro ser humano, com uma bagagem afetiva, genética, histórica, diversa da nossa. Por outro lado, se pensarmos bem somos todos adotados, pois ninguém é propriedade de ninguém. Um filho nosso de hoje poderá vir a ser nosso pai ou mãe amanhã. Isso é o que estabelece a lei da reencarnação.

Neste plano terreno, onde tantas são nossas provas e expiações, assumir os cuidados para com uma criança que se encontra sozinha no mundo constitui a um só tempo, formar as bases para se criar um ser humano mais feliz e cumprir com uma etapa de uma encarnação bem sucedida. desta forma ter um filho adotivo ou biológico sempre será para a família uma forma de ressarcir débitos anteriores, direta ou indiretamente, independente de serem da família ou da própria criança.

Qualquer pessoa pode adotar uma criança, desde que maior, com condições psicológicas e financeiras estáveis. Há uma crítica quanto aos casais homossexuais serem capazes ou não de adotar uma criança. Pessoalmente acredito que onde há amor, há compromisso e há a necessidade de ser amado, todas as maneiras de amar podem ser possíveis, afinal, são de almas reencarnantes de que estamos falando.

Aonde há exercício da afetividade e da solidariedade fraterna, há progresso. N o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 9, diz: “Disse Jesus: ‘Amai o vosso próximo como a vós mesmos’. Nossa relação com o próximo deveria de ser ilimitada, sem famílias, nações ou seitas para bloqueá-la, ou seja, a humanidade inteira. De livre arbítrio do indivíduo entender se o exercício que está fazendo dentro da relação é de solidariedade, desenvolvimento de laços fraternos, ou se apenas está baseado nas sensações e na busca da sensualidade.

Levando em conta que a constituição de laços de família é uma necessidade do Espírito, a família terrena é um instrumento para a construção da família espiritual. Desta forma, devemos ponderar que, ao adotar uma criança, devemos também estar conscientes de que assumimos a responsabilidade da problemática do ser adotado. O espírito Joana de Angelis nos alerta que os filhos recusados em outras etapas alcançar-nos-ão o lar ou a intimidade por processos transversos. Portanto, se você pensa em adotar uma criança, você pode estar adotando, nada mais nada menos, um ser que de alguma maneira está relacionado com sua vida anterior. Somos todos irmãos, ligados por um mesmo laço: cada indivíduo que passa por nós, nos deixa um pouco de si e leva um pouco de nós, Fernando Pessoa já dizia isso, quem somos nós para refutá-lo?

Um casal impossibilitado de ter filhos agiria de acordo com a Caridade se adotasse. Se eles desejam filhos e não os consegue ter é porque certamente estão num processo de reabilitação, que eles podem apressar com a adoção de crianças desvalidas.

Enfim, adotar uma criança é um grande ato de amor e uma solução feliz para aqueles casais que não podem ter filhos ou para os que têm e sentem a necessidade de amparar mais um ser. Desta forma não estamos trazendo para dentro de nossas casas filhos sem pai nem mãe, mas sim, grandes afetos nossos de passadas reencarnações, espíritos com quem devemos nos reajustar. Os Órfãos, no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 13, item 18, diz: “Meus irmãos, amai os órfãos. Se soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais.”

Por Liudimila Carla Pinheiro, em Rede Amigo Espírita.

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