Barrancos e barracos

01 de Dezembro de 2012
Neto Medeiros

Neto Medeiros

Outro dia vi uma matéria do Jornal Nacional falando sobre a obra da transposição do rio São Francisco. Tive a graça de um dia navegá-lo e também nadar nele. Uma série de fatores contribui para a linha de pensamento em que se afirma que a transposição é inútil e que irá servir aos arrozeiros do nordeste. Monocultores que têm o rabo cheio de grana e que querem sempre mais. E a seca continuará do mesmo jeito... O ciclo da seca fornece votos e poder à minoria que sempre o domina. Quase 10 BILHÕES de reais jogados pela enxurrada do dinheiro nosso. Feito a água da chuva hostil que arranca morros, vidas, carros, barrancos e barracos...

Obra parada. Dinheiro roubado. Cotidiano. Queria mesmo continuar em minha vida fútil e mesquinha de sempre. Queria continuar a contribuir com a mediocridade de sempre. Não sei mais o que tenho que fazer para dizer a única verdade. Se é que ela existe...

Três verdades. Idades. Filosofias. Anti-matéria feita de cosmos e nada. Ignorância da intolerância fanática que sangra com a dor dos inocentes. Pobres, ricos ou podres. Farmacológicos e contraceptivos de emergência. Urgência em apagar a dor ou o anseio do peito apertado que insiste em contradizer a impotência cotidiana...

Amigo distantemente perto. Desejo comum da evolução continua e incessante. Lacrimejo ou lampejos de sonhos. Vontade de algo além do monetário...

Nesse país de roubos e jeitinhos, dá orgulho dos Barbosas, das Orquestras, dos Barrocos, dos bairros e do povo...

Artes e vontades. Dá sempre vontade de acreditar nesse país dos salafrários, sempre que se lembra de seu povo. Da maioria loucamente lúcida...

Amanhã, chovendo ou não, estaremos aí. Libertando ouvidos e mentes. Até o fim dos infinitos...

Liberte seus ouvidos!!!

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