Batalhas, sedições e conspirações – parte II

17 de Março de 2014
Alex Bohrer

Alex Bohrer

Nos primeiros anos da ocupação do território mineiro foram muitas as revoltas contra o aparelho burocrático e tributário que a metrópole portuguesa estava instalando. Entre as revoltas de caráter fiscal se destaca aquela conhecida como Sedição de Filipe dos Santos.

Em 1720, o governo português propôs a instalação de casas de fundição em Minas, onde todo o ouro descoberto seria recolhido para que 20% dele fosse mandado para a Coroa em forma de impostos. Era o acirramento da política tributária sob a forma do malquisto quinto, que agora seria cobrado com mais eficiência. Isto gerou descontentamento geral entre os mineradores. Logo começaram as manifestações pelos arraiais da região. Filipe dos Santos, um dos líderes do movimento, foi preso no adro da Matriz de Cachoeira do Campo, enquanto agitava a população. Dali foi levado para Vila Rica onde foi enforcado e esquartejado, na presença do governador Conde de Assumar (há uma lenda antiga em Cachoeira que afirma que Filipe dos Santos foi arrastado pela atual Rua da ‘Ladeira’, sendo levado a Ouro Preto já morto. O certo é que um de seus quartos ficou exposto na Praça da Matriz de Cachoeira, que hoje leva seu nome).

O outro líder da revolta, o português Pascoal da Silva, homem poderoso e influente, teve o agrupamento em torno de suas minas incendiado a mando do Conde. Naquela época suas possessões compunham o Morro do Ouro Podre. Algumas ruínas enegrecidas nos morros de Ouro Preto marcam atualmente o lugar do incêndio, sendo conhecidas hoje como Morro da Queimada.

O Conde de Assumar, após este episódio, sugeriu ao rei de Portugal a separação das Minas e São Paulo (que até então formavam uma só capitania). Era o nascimento oficial de Minas Gerais.

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