Blockchain, tecnologia revolucionária (conclusão)

13 de Abril de 2018
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Concluiu-se, na semana passada, a série na qual a tecnologia blockchain foi abordada sob a óptica de cada um dos seus sete princípios: Confiança, Descentralização, Escassez, Segurança, Privacidade, Liberdade e Oportunidade. A blockchain, tecnologia que possibilitou a criação da primeira moeda digital, o bitcoin, é um grande registro público onde, à prova de fraudes, se registram, validam-se emissões e transações da moeda. É a grande descoberta que, no século vinte e um, querendo a humanidade, tudo a depender de um controle rígido, em defesa de direitos, estará coberto pela CONFIANÇA do público. Paradoxalmente, pessoas que não se conhecem e não confiam entre si, fazem transações, dentro do ambiente blockchain com extremo grau de confiança.

A concentração de poderes, a centralização de controles têm permitido e facilitado a manipulação em favor pessoal ou de grupos, impedindo assim que populações inteiras se beneficiem dos resultados. Para reverter essa situação, que privilegia uns em detrimento da grande maioria, a blockchain decentraliza controles, que passam a ser feitos por todos os participantes em rede, impossibilitando manipulações e fraudes. Disseminado o poder numa rede, que envolve milhões, fica praticamente impossível a manipulação e qualquer fraude, pois seria necessária a cooptação de toda a rede, para que intervenções suspeitas fossem realizadas. Conclui-se que a DESCENTRALIZAÇÃO se constitui na característica imprescindível da blockchain, devido à segurança e à confiabilidade que ela imprime ao sistema, tornando-o imune às estripulias, que a competição e ganância humanas promovem.

Quando se fala de valor em bens materiais, o ouro se destaca por seu alto preço que, para muitos, se deve ao seu brilho e beleza, fatores significativos na composição do seu valor, mas não os principais. Seu alto preço se deve, primeiramente, à sua escassez, depois à sua utilidade e sua incorruptibilidade, quase absoluta. É a ESCASSEZ, principalmente, que determina o valor de algo. Quando o governo emite mais moedas, aumentando o meio circulante, ocorre a inflação e a moeda perde valor. A criptomoeda (bitcoin e similares), criada pela tecnologia blockchain tem seu número de unidades definido, de início, sem que essa meta possa ser alterada. Do bitcoin são vinte um milhões de unidades, das quais cerca de dezesseis milhões já foram mineradas, mas o que falta ainda levará cento e vinte dois anos para ser minerada, uma vez que crescem, progressivamente as dificuldades de mineração e, consequentemente, reduz-se o número de unidades mineradas.

O perigo de perda das moedas está restrito ao comportamento de seu possuidor. Ele detém a custódia do ativo, é seu próprio banco e, por isso, cabe a ele e somente a ele a manutenção da SEGURANÇA do que lhe pertence, no mundo virtual. Cada possuidor de bitcoin, ou de qualquer outra moeda do gênero, recebe duas chaves em forma de extenso código, uma aberta (o endereço), que pode ser exibida a qualquer um, e outra, secreta, que deve ficar fechada a sete chaves por seu detentor. Por isso, quem detém criptomoedas deve manter o conteúdo de seu computador sob SEGURANÇA.

No ambiente da interação humana, especialmente nos negócios e questões financeiras, o indivíduo tem que fornecer dados pessoais, algumas vezes até íntimos, conforme já se observou em entrevistas e formulários de recrutamento de pessoal em algumas empresas. Na criação da blockchain, usada, primeira e exclusivamente, para o bitcoin, Satoshi Nakamoto levou em consideração a PRIVACIDADE das pessoas, eliminando a necessidade da coleta de dados delas na rede de operações do bitcoin, quando eliminou a centralização de poder. A blockchain é pública, porém a pessoa é privada.

O indivíduo pode ser dono do dinheiro, mas nem sempre é ele quem decide sobre como, quando, quanto, com que ou com quem ele pode efetuar transações, tendo como objeto o que lhe pertence. Não tem liberdade quanto às finanças, pois está preso a uma série de leis, normas e injunções, que incluem a intromissão de terceiros em assuntos seus. Essa LIBERDADE, inalienável mas nem sempre possível na vida humana, foi levada em consideração por Satoshi Nakamoto, na fundamentação da blockchain, ambiente tecnológico onde nasceu e circula o bitcoin, a primeira criptomoeda.

Em havendo liberdade, a Blockchain escancara as portas para a OPORTUNIDADE! Sabe-se que uma economia só é forte quando aberta a um maior número possível de pessoas, cada uma dessas a receber parte da riqueza gerada pelo trabalho. Infelizmente, a economia global apresenta sérias desigualdades devido ao sistema financeiro que, com toda a pujança e estrutura de que é dotado, revela-se incapaz de incluir populações inteiras. Fonte: www.dashbr.com

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