Blockchain, tecnologia revolucionária IV

16 de Março de 2018
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

A internet, para quem cria escorpião no bolso é, verdadeiramente, um campo minado; cheio de vírus, “malwares”, espiões e o diabo a quatro, fora os hackers, os piores inimigos com os quais se pode deparar na rede. Quando menos se espera, o computador apresenta problemas que só um especialista pode resolver; softwares intrusos introduzem nele “malwares” , termo genérico a identificar uma série de programas invasivos, que infetam o computador, copiam dados, como senhas e cartões de crédito, destroem arquivos, danificam o equipamento e causam outra série de problemas. Existem bons recursos para repelir tais intrujões, mas custam dinheiro, o que não é aceitável por boa parte dos internautas, que navegam sem compromisso à procura de bobagens, coisas que não guardaram e nem perderam. Infelizmente, essa é a realidade, quando a web deveria ser utilizada para aprimoramento pessoal, mais cultura e até trabalho remunerado. Boa parte dos que acessam a internet, quer é zoar Interessante é que têm medo dos riscos que a internet pode oferecer, mas não temem as consequências de suas estripulias nas redes sociais. Armam fofocas, viralizam mentiras, denigrem pessoas, dirigem-lhes insultos. Fazem tudo a que estão acostumadas a fazer, em palavras, na vida real, só que nesta, nem sempre se produzem provas. Nas redes sociais, a situação é bem outra!

De volta ao tema da série, constata-se que se soma ao medo, acima aludido, o medo relativo às criptomoedas, especialmente o bitcoin, contra as quais se lança toda sorte de acusações. Com justa razão, uma vez que se trata de tecnologia com objetivos revolucionários, especialmente, na área financeira, pessoas têm um atrás quanto ao que pode acontecer com o seu dinheiro, quando aplicado em criptomoedas. Querem saber a quem responsabilizar por perdas, se há seguro para tais aplicações, etc. Diante disso, há os que alimentam ainda mais as dúvidas e suspeitas; são pessoas e setores, que defendem seus próprios interesses e não desejam que a população migre do atual sistema para o novo e revolucionário, possibilitado pela blockchain. Espalham por aí que a atividade é suspeita, perigosa, que as pessoas podem perder seu dinheiro. Algum risco pode haver, pois se sabe que os agentes do mal estão sempre a postos, em busca de meios com que atacar qualquer sistema. Entretanto, do lado do bem, esforços são contínuos no sentido de fazer evoluir a bockchain e dotá-la, sempre de maior segurança.

Atualmente, a blockchain do bitcoin é a maior implementação civil do PKI, ficando abaixo somente da implementação militar do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. PKI, em modo mais compreensível, é um sistema complexo com base na criptografia que, por sua vez, consiste em “princípios e técnicas empregadas, para cifrar a escrita, torná-la secreta, ininteligível aos que não tenham acesso às convenções combinadas, a criptologia.” É uma segurança rígida, porém restrita ao sistema em si, sem extensão à exterioridade, onde se situam os usuários das criptomoedas e, consequentemente, da blockchain. Como já foi dito, o ambiente da blockchain, onde as criptomoedas são transacionadas, é aberto e descentralizado, ou seja, distribuído entre usuários, que podem detectar qualquer tentativa de violação dos códigos de segurança, independente do próprio sistema, que processa tudo automaticamente.

Sendo uma rede descentralizada ou distribuída, fica evidente que não existe um controle central, uma instituição ou entidade empresarial no controle da rede. As transações são feitas de pessoa a pessoa, sem qualquer intermediário. Assim sendo, detentor de qualquer criptomoeda pode transferir valores para qualquer carteira, em qualquer volume, a qualquer hora do dia ou da noite, sem que tenha de dar satisfação a quem quer que seja. É o princípio da liberdade posto em prática na área financeira! O perigo de perda das moedas está restrito ao comportamento de seu possuidor. Ele detém a custódia do ativo, é seu próprio banco e, por isso, cabe a ele e somente a ele a manutenção da SEGURANÇA do que lhe pertence, no mundo virtual. Cada possuidor de bitcoin, ou de qualquer outra moeda do gênero, recebe duas chaves em forma de extenso código, uma aberta (o endereço), que pode ser exibida a qualquer um, e outra secreta, que deve ficar fechada a sete chaves por seu detentor. Por isso, quem detém criptomoedas deve manter o conteúdo de seu computador sob SEGURANÇA. Antivirus e outros softwares específicos são necessários, para que o computador não seja invadido e tenha as criptomoedas sequestradas. Aqui reside um segredo: não se deve confiar em softwares gratuitos para isso. A assinatura anual de bom sistema de antivírus pode livrar a pessoa de graves prejuízos, sem esquecer que as criptomoedas podem ser armazenadas em dispositivo específico, à parte, semelhantes ao pendrive. Havendo perda de moeda ou da chave privada, o prejuízo é irreversível, ou seja, definitivo. Não há recuperação!

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook