Cabeça nas nuvens e pés no chão

03 de Fevereiro de 2017
Valdete Braga

Valdete Braga

Nossos sonhos são o que de melhores podemos possuir. Quando o ser humano perde a capacidade de sonhar, ele perde um pouco de sua humanidade. Se sonhar é maravilhoso, quão mais maravilhoso é lutar por este sonho. Alcançá-lo, então, é o nirvana.

Mas à medida que a realidade vai se aproximando do sonho, começamos a entender que é preciso haver discernimento até na hora de sonhar. Precisamos aprender a manter os sonhos no infinito, mas sem tirar os pés do chão.

Devemos acreditar, trabalhar e lutar pelo que acreditamos, mas não vivemos no país das maravilhas nem somos Alice. A vida nos deixa escolhas e precisamos incluir nossos sonhos nesta escolha.

Sonhar é bom. Mas não podemos viver só de sonhos. Deus nos ajuda, mas Ele mesmo mandou que fizéssemos nossa parte. “Faça a sua parte que eu te ajudarei”. Não basta nos assentarmos em uma poltrona confortável e ficarmos esperando Deus realizar o nosso sonho. Devemos ir atrás dele, buscá-lo, e, quando descobrirmos que ele está muito acima de nossas possibilidades, é hora de voltar para a realidade. Não há nenhum demérito nisto. Não é nenhuma vergonha, é, simplesmente, prova de maturidade.

Cabeça nas nuvens com os pés no chão, este é o segredo. Ainda não conseguimos voar; e no momento em que os pés começam a acompanhar a mente, alguma coisa está errada.

Nosso emocional foi feito para voar. As asas da imaginação nos levam a situações especiais. Saímos voando, batendo as asas em um frenético “já chego lá” e quando damos por nós alcançamos um nível de realização que não conseguimos definir em palavras.

Mas é essencial, é imprescindível, saber separar as asas da imaginação dos braços da realidade. Ambos fazem parte de nós e ambos são importantes, mas não podem se misturar. Não se vive só da matéria, mas também não se vive só de sonhos.

Os sonhos existem para nos impulsionar, nos mostrar quantas coisas maravilhosas somos capazes de fazer e nos levar a elas, mas na hora da ação, ele se torna o incentivador, jamais o realizador. Para realizarmos precisamos estar com os pés firmes na terra, ainda que a idéia tenha vindo da mais longínqua das nuvens.

Sim, vamos sonhar. Mas, na hora da realização, vamos ter discernimento para saber até onde a nossa realidade, a que vivemos, a que nos alimenta, nos veste e nos mantém nesta vida, que é real, consegue acompanhar este sonho. Assim conseguiremos unir sonho e realidade. E assim estaremos cumprindo o nosso papel no mundo.

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook