Carnaval com responsabilidade

04 de Março de 2014
Valdete Braga

Valdete Braga

Chegaram as festas do Momo. Há quem goste, há quem não goste. Quem não perca uma noite, quem viaje, quem prefira ficar em casa. Nisto tudo o importante é não perdermos o real sentido da festa, que é, ou pelo menos deveria ser, o divertimento sadio. Com sua cervejinha, caipirinha, a bebida preferida de cada, dentro dos limites. Beber até cair não é nem nunca foi diversão.

Abaixo um texto retirado do site Anita Mulheres. O texto é de 2011, mas está super atual. Que sirva de reflexão para os foliões. Bom carnaval a todos.

“Pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o índice de mortalidade entre dependentes de álcool no Brasil é bem próximo do índice registrado entre usuários de crack. Em cinco anos, 17% dos pacientes atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo morreram.

O trabalho, que será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de Psiquiatria, segue uma linha de pesquisa de Laranjeira sobre morte entre dependentes de drogas. O estudo feito entre usuários de crack demonstrou que 30% morreram num período de 12 anos. Naquela mostra, a maior parte dos pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão bastante próximos.

Entre dependentes de álcool, principalmente nos casos mais graves, pacientes perdem o vínculo com a família, com o trabalho e adotam atitudes que os expõem a riscos, como sexo sem preservativo ou brigas. A ligação com a violência também está clara. O trabalho mostra que entre sujeitos que consumiram álcool, o risco de estar envolvido com crime era 4,1 vezes maior que entre os abstêmios.

Além da alta mortalidade, a pesquisa conclui que atividades religiosas exercem um efeito protetor sobre os dependentes. Entre os que pertenciam a algum grupo, incluindo os de autoajuda, os índices de participação em crimes eram menores. Dos entrevistados que faziam parte de algum grupo religioso, 30,6% não tiveram participação em crime. Entre os que não estavam ligados a nenhum grupo religioso, 18% conseguiram se manter afastados de crimes.

‘Num cenário de total desassistência, é ali que o grupo conseguiu apoio’, diz Laranjeira. Um resultado que, na avaliação do pesquisador, é muito importante de ser considerado. ‘Numa doença que apresenta um índice de mortalidade de 17%, qualquer fator protetor deve ser estimulado, sem preconceito’. Justamente por isso ele não hesitaria em recomendar para os pacientes procurarem grupos de apoio, incluindo os de natureza religiosa”.

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