Chegaram as festas do Momo. Há quem goste, há quem não goste. Quem não perca uma noite, quem viaje, quem prefira ficar em casa. Nisto tudo o importante é não perdermos o real sentido da festa, que é, ou pelo menos deveria ser, o divertimento sadio. Com sua cervejinha, caipirinha, a bebida preferida de cada, dentro dos limites. Beber até cair não é nem nunca foi diversão.
Abaixo um texto retirado do site Anita Mulheres. O texto é de 2011, mas está super atual. Que sirva de reflexão para os foliões. Bom carnaval a todos.
“Pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o índice de mortalidade entre dependentes de álcool no Brasil é bem próximo do índice registrado entre usuários de crack. Em cinco anos, 17% dos pacientes atendidos em uma unidade de tratamento da zona sul de São Paulo morreram.
O trabalho, que será publicado na próxima edição da Revista Brasileira de Psiquiatria, segue uma linha de pesquisa de Laranjeira sobre morte entre dependentes de drogas. O estudo feito entre usuários de crack demonstrou que 30% morreram num período de 12 anos. Naquela mostra, a maior parte dos pacientes morreu nos primeiros cinco anos. Podemos dizer que os índices estão bastante próximos.
Entre dependentes de álcool, principalmente nos casos mais graves, pacientes perdem o vínculo com a família, com o trabalho e adotam atitudes que os expõem a riscos, como sexo sem preservativo ou brigas. A ligação com a violência também está clara. O trabalho mostra que entre sujeitos que consumiram álcool, o risco de estar envolvido com crime era 4,1 vezes maior que entre os abstêmios.
Além da alta mortalidade, a pesquisa conclui que atividades religiosas exercem um efeito protetor sobre os dependentes. Entre os que pertenciam a algum grupo, incluindo os de autoajuda, os índices de participação em crimes eram menores. Dos entrevistados que faziam parte de algum grupo religioso, 30,6% não tiveram participação em crime. Entre os que não estavam ligados a nenhum grupo religioso, 18% conseguiram se manter afastados de crimes.
‘Num cenário de total desassistência, é ali que o grupo conseguiu apoio’, diz Laranjeira. Um resultado que, na avaliação do pesquisador, é muito importante de ser considerado. ‘Numa doença que apresenta um índice de mortalidade de 17%, qualquer fator protetor deve ser estimulado, sem preconceito’. Justamente por isso ele não hesitaria em recomendar para os pacientes procurarem grupos de apoio, incluindo os de natureza religiosa”.