Cemig embola relação com o consumidor

27 de Junho de 2012
Jornal O Liberal

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Freguesa habitual e acostumada a destaques nesta coluna, a toda poderosa CEMIG se expõe novamente ao berro do velho BODE. Ao contrário das coroas de louros autoconferidas por seus serviços, segundo critérios macroenômicos, sua relação com o consumidor está abaixo da crítica, no limiar da perda de paciência e tudo acabar do jeito que o diabo gosta. O comportamento da empresa, criticado não só nesta coluna, mas em vários veículos de comunicação, denuncia a falta de critérios e, em seu lugar, a prevalência da incoerência, quando se trata de cobrar contas atrasadas e fazer desligamentos por inadimplência. Corte de fornecimento de consumidor adimplente em lugar de inadimplente, aqui já relatado, quase volta a acontecer se não fosse firmeza do consumidor, que exigiu respeito aos seus direitos. E o curioso é que o mesmo consumidor viveu (ou sofreu?) três situações diferentes, na relação consumo/pagamento diante da CEMIG. No primeiro caso, imóvel, depois de fechado por alguns meses e sem receber faturas de consumo, foi alugado. Um mês depois, o fornecimento foi cortado por falta de pagamento. Verificada a causa do desligamento, constatou-se que havia sete contas vencidas, sem qualquer aviso de inadimplência. O consumidor alugou outro imóvel, mas verificou antes se havia débitos e não havia. Ao entrar no imóvel chegou a equipe do corte. Aí foi o diabo na casa do Cristo! O consumidor a protestar, porquanto fora informado que não havia débito, e a turma da tesoura a dizer que a ordem seria cumprida e que o consumidor que fosse se defender depois. Quase na fase do “pega pra capá” entre as partes, a equipe cemiguiana, terceirizada, resolveu conferir o endereço. O imóvel com ordem de corte do fornecimento localizava-se em bairro no outro extremo da cidade. Não parou por aí a azucrinação da CEMIG sobre o pobre consumidor. Ele alugou um terceiro imóvel, desta vez, com ligação nova, sem qualquer vestígio de débito. Venceu a primeira fatura e bem antes de receber a segunda, recebeu da CEMIG a advertência de que o fornecimento seria cortado por falta de pagamento. De tudo isso, deduz-se, pois, que a CEMIG não tem critérios no trato da relação consumo/pagamento quanto ao fornecimento de energia. Assim como em outros casos conhecidos, ela deixou acumular sete faturas no primeiro imóvel alugado e não efetuou o desligamento; no terceiro imóvel, ela nem chegou a enviar a segunda fatura e já fez ameaças de corte de fornecimento pelo pequeno atraso no pagamento da primeira fatura. Quanto ao segundo imóvel, dispensam-se comentários. Pena que não mais existe o Mobral! Registre-se ainda que o consumidor, em questão, é pessoa jurídica. Com consumidor, pessoa física, a coisa seria pior.

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