Cristo vítima de poderosos covardes

23 de Março de 2018
João de Carvalho

João de Carvalho

QUEM LÊ “A Paixão de Cristo, Segundo Um Cirurgião”, escrito pelo notável médico Pierre Barbet, fica impressionado pela descrição pormenorizada dos fatos que precederam à morte de Jesus. Através da Anatomia, estuda-se o Sudário, em que o corpo do Senhor foi envolvido, uma peça de linho de 1,10m de largura por 4,36m de comprimento, que registra o resultado dos sofrimentos físicos mais brutais, pelos quais passou o nosso Salvador, na noite de 5ª e 6ª feira santa, até sua morte na Cruz, entre dois personagens tidos como perigosos criminosos da época.

Nesta peça de altíssimo valor religioso estão as impressões sanguíneas que registram: as chagas da flagelação, da coroação de espinhos, todas as sevícias do doloroso processo, transporte da cruz, a crucifixão, até o ferimento produzido pela lança sobre o divino corpo já cadáver, explica o minucioso e competente cirurgião Pierre Barbet.

Tudo isto numa covarde e desmedida brutalidade, atiçada pela soberba e selvageria militar romana.

O JULGAMENTO tumultuado, extrajudicial e atentatório dos preceitos hebraicos, nos faz crer sobre a absoluta injustiça das decisões político-religiosas da época.

Li uma Crônica de Ruy Barbosa sobre a injusta sentença sobre Jesus Cristo, publicada por Roberto Parentoni e advogados, há cinco anos, que é uma verdadeira, dura e sábia análise jurídica, à revelia de todos os preceitos e normas da sociedade judaica daquele tempo. “Sem autoridade judicial, Anás O interroga, transgredindo as regras, tanto na competência como na maneira de inquerir. Anás, desorientado remete o preso a Caifás. Este era o sumo sacerdote do ano. Mas, ainda assim, não tinha a jurisdição que era privativa do Conselho Supremo. Nas mãos de Pilatos deveria estar o veredicto, mas covardemente, decide: Tomai-o, julgai-o segundo a vossa lei. Lava as mãos” e se autoabsolve: Sou inocente do sangue deste justo! Envia o Mártir a Herodes que também não tinha competência para julgar”. O pretexto desta consulta era apenas para reatar a amizade entre ambos. Assim, se reconciliaram os tiranos sobre os despojos da justiça.

O fato é que “O bom ladrão no Calvário salvou-se, mas no campo da Justiça, não há salvação para o juiz covarde”. Vale a pena, em conclusão, ler o texto oficial e completo, nascido da mente do extraordinário jurista brasileiro, onde sobejam as razões que invalidam o pseudojulgamento de Jesus, numa demonstração insana pela vontade de eliminar um homem contra quem não havia acusação formal, sem defesa, nem razão justificada ou justificável, para tão brutal condenação e execução sumárias.

EM SUMA, mais uma semana de triste memória pelos sofrimentos de Cristo, e, de glória porque por meio Dele foi redimida a humanidade decaída pelo pecado original. O débito contraído pelos nossos primeiros pais, só poderia ser pago por alguém da mesma natureza do ser ofendido. Daí, o valor infinito dos méritos de Jesus, que nos reatou à amizade e ao Amor de Deus.

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