Deus ouve na aflição

15 de Junho de 2018
Geraldo Gomes

Geraldo Gomes

Ele estava dormindo um sono profundo. No pequeno vilarejo onde residia, às vinte e três horas e cinquenta minutos eram altas horas da noite, diferentemente das grandes cidades aonde muitas pessoas vão para a cama após meia noite ou varam pelas madrugadas em intermináveis encontros sociais. Além do mais ele havia trabalhado duro todo o dia em sua pequena farmácia atendendo aos inúmeros fregueses que em busca de seu auxílio vinham das fazendas da vizinhança. Seu estabelecimento comercial era o único desta natureza na vila de pouco mais de um milhar de habitantes e distante mais de cem quilômetros da cidade mais próxima. Os residentes do lugar confiavam em seu ofício de receitador prático e fornecedor de medicamentos. Na falta de médicos e enfermeiros na localidade, o senhor Julião era, como diz o ditado popular: o salvador da pátria.

Naquela noite o senhor Julião foi despertado por insistentes batidas à sua porta de aço que ficava no andar inferior do seu sobrado. Embaixo de seu quarto ficava a farmácia. Era uma menina de onze anos que, esbaforida, gritava chorando para que ele salvasse sua mãe, pois ela havia tomado erradamente um remédio e estava em convulsão no chão da sala em sua casa. Descendo as escadas às pressas, ainda meio sonolento, foi à prateleira de remédios, pegou um frasco e, o mais rápido que pôde entregou àquela criança o que julgara ser um antídoto útil para a situação, explicando a ela como deveria proceder. Ao voltar para o quarto dizia para sua esposa que não suportava mais ser o único farmacêutico do lugar. Sua esposa porém o acalmava dizendo que eles dependiam daquela atividade. Aquilo era o meio de subsistência deles. Ao começar a se acalmar, de repente ele salta da cama espavorido. Disse à mulher: na pressa, entreguei o remédio errado à garota. Se a mãe dela tomasse aquela substância certamente morreria e ele seria o culpado. Em seu nervosismo começou a clamar: bem sabes ó Deus que sou ateu pois aprendi com meus pais esta maneira de pensar. Mas, se tu existes ó Deus, não deixa aquela mulher morrer. Nem sei onde ela mora..., estava muito nervoso e preocupado sentindo-se culpado... Clamava mais e mais...

De repente ele ouve novamente batidas à porta e quando olha é a mesma garota. Ela voltara. O senhor me perdoa, dizia. Na minha correria para casa, ao chegar lá tropecei em uma pedra e caindo deixei quebrar o vidro que me deu. Por favor me dê outro remédio. Não tenho dinheiro mas a minha mãe não pode morrer. Eu lhe peço outro remédio para salvar minha mãe. Naquele momento aquele homem que fora ateu a vida toda entendeu que Deus o ouvira e lhe dera uma segunda chance de conhecê-lo. Ele entendeu que Deus existe e ouve o clamor dos aflitos. Entendeu que Deus é um Deus de segunda chance.

Não importa como o homem tem vivido. O dia que ele voltar-se para Deus, Ele está sempre à disposição para ouvir e atender. Deus sempre dará uma segunda chance àquele que se arrepender de seus pecados e voltar-se para Ele. Enviou o seu filho unigênito, Jesus para morrer no lugar do pecador. Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. Vale a pena considerar a existência de Deus e crer que seus olhos estão em todo lugar observando os maus e os bons, como está escrito no livro de Provérbios (Pv15.3). Nada passa despercebido aos olhos do Senhor... Ele é aquele que tudo vê. Vê a insistência de alguns em rejeitá-lo, mas por causa do seu grande amor, Ele está sempre disposto a dar uma segunda chance, mesmo ao mais renitente pecador. Enquanto vive o homem ele tem oportunidade de arrepender-se de seus pecados e voltar-se para Deus que recebe de braços abertos a todo filho pródigo. Experimentar o amor de Deus é a maior ventura de que alguém possa desfrutar.

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