Disciplina é o nó da questão

13 de Julho de 2018
Jornal O Liberal

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Caverna na longínqua Tailândia está sob foco das atenções de todo o mundo, desde o dia 23 de junho, quando grupo de doze meninos adolescentes, de 11 a 16 anos, nela se embrenhou e lá ficou isolado, em companhia do seu líder, único adulto, de 25 anos. Em decorrência de intensas e persistentes chuvas, a caverna foi inundada, isolando o grupo e o deixando sem contato com o mundo exterior, durante nove dias. Feito o primeiro contato, iniciou-se então a operação resgate, difícil e perigosa, requerendo concentração máxima de estudos do caso, sem similar antecedente, para que o grupo fosse salvo. Dificuldades técnicas à parte, que causaram a morte de um mergulhador voluntário; também à parte, a solidariedade do povo local e de países que acorreram com pessoal, esforços e recursos; o que mais chama a atenção é como grupo tão jovem passou tanto tempo isolado, praticamente sem alimentos, no escuro e sem saber se seria resgatado. Explica-se pela atitude mental do oriental. Entre orientais, não é a primeira vez que se verifica a sobrevivência humana em condições precárias e extremas. Em terremotos ocorridos naquela parte do mundo, contam-se diversos casos de sobrevivência, após o tempo considerado limite em que uma pessoa sobrevive sob graves carências e condições extremas. Para o oriental não há pressa, tudo deve ocorrer no tempo certo. Paciência é sua primeira virtude, ao contrário do ocidental que quer tudo para ontem! Se fosse no Brasil, duvida-se que o drama se restringisse a tão somente isolamento temporário com chance às equipes de resgate, para o salvamento. Talvez todos morressem sob pânico seguido de iniciativas individuais e desastrosas! Some-se, no Brasil, à mentalidade imediatista ocidental a notória indisciplina brasileira! Em situação similar, brasileiros teriam morrido por querer, cada qual, aplicar sua própria solução. A mentalidade dos nacionais, longe da coesão em torno de objetivo comum, prima pela indisciplina, o que conduz ao caos em situações de risco, como a ocorrência na caverna tailandesa. Note-se, por exemplo, o comportamento do brasileiro na rua, em conflito constante com o trânsito de veículos. Talvez seja, no mundo, o povo mais vitimado por atropelamentos. Pelo menos, em relação aos Estados Unidos, o número de tais ocorrências, aqui, supera em mais de cinco mil, o que é um disparate, sabendo-se que a população e a frota de veículos daquele país são maiores que as do Brasil. Parece que brasileiro só é disciplinado no sambódromo, durante o carnaval!

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