Encontro entre pai e filho

10 de Agosto de 2018
João de Carvalho

João de Carvalho

RECORDO-ME de uma historinha, cujo diálogo se dá entre um pai e seu filho. Alegro-me por recontá-la para destacar o “Dia dos Pais”, a se realizar domingo, dia 12 de agosto.

“UM MENINO, com voz tímida e os olhos cheios de admiração, pergunta ao pai quando este retorna do trabalho: __Pai, quanto o senhor ganha por hora?

O pai, num gesto severo, responde:

__Meu filho, isto nem a sua mãe sabe. Por isso, não me amole, estou cansado!

Mas o filho insiste:

__Mas papai, diga, por favor, quanto o senhor ganha por hora?

A reação do pai foi menos severa e respondeu:

__Três reais por hora.

__Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?

O pai, já cansado daquela conversa respondeu bravo:

__Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não me incomode!

Já era noite quando o pai, por momento raro, começou a pensar no que havia acontecido com o filho e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo.

Querendo aliviar sua consciência doida, foi até o quarto do menino e, em voz baixa, perguntou:

__Filho, está dormindo?

__Não, papai! – o garoto respondeu sonolento e choroso.

__Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: um real.

__Muito obrigado, papai! – disse o filho, levantando-se rapidamente e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.

__Agora já completei, papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora do seu tempo?...” (Legrand – Espelhos & Reflexos)

MUITAS vezes, a vida moderna feita de correrias e atropelos nos faz esquecer as coisas simples e corriqueiras ocorridas no cotidiano.

Preocupamos com tudo: política, salário, guerras, esportes, saúde, amores, festas, viagens, férias, luxo, prazer, carros, loterias, roupas de grifes, televisão, celulares de última geração, internet. Tudo, coisas prazerosas e úteis, mas que não deveriam ser otimizadas ao extremo, porque a verdadeira beleza da vida está nas coisas e nos fatos mais simples, e, quase sempre ao alcance de nossas mãos, mas que passam desapercebidas ou mesmo ignoradas.

Urge termos consciência da realidade e do valor, que tem o tempo de convivência entre pais e filhos. A atenção que o pai dedica a cada filho é insubstituível, pois, é nesse momento que os sentimentos se encontram e trocam confidências. A admiração que o filho tem pelo pai se multiplica a tal ponto que, para o filho, o pai é um herói. E o pai, se sente orgulhoso e agradecido a Deus por poder sentir esse amor imenso pela pessoinha, agora sob seus cuidados.

Esta historinha nos faz refletir sobre nossa falsa impetuosidade, e, se for necessário, que mudemos de atitudes, evitando os danos irreversíveis de nossos atos repentistas, mas desnecessários.

Feliz dia dos Pais!

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