Espiritismo: Cristianismo Redivivo

26 de Agosto de 2011
Jarbas Lima Lemes

Jarbas Lima Lemes

“Se, pois, O Espírito da Verdade deve vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pôde dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido. O espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito da Verdade preside ao seu estabelecimento.” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o espiritismo).

As igrejas cristãs tradicionais se opõem mais fortemente ao espiritismo. Isto se dá por causa da revolução religiosa deflagrada por Kardec. É mais fácil transitar entre os diferentes misticismos e mistérios do que dar o salto qualitativo que o espiritismo exige. As religiões, por mais abertas que se proponham, não querem essa crítica radical, que lhes desencante, desfazendo a aura sobrenatural, desmanchando os ritos e racionalizando os dogmas.

O Espiritismo, extremamente abrangente em seus ensinamentos, confirmando todos os ensinamentos e exemplos de Jesus, traz à Humanidade o conhecimento de coisas novas, para que o homem se conheça e saiba de onde vem, para onde vai, que é imortal, e que atingirá, no futuro, a plena felicidade.

Kardec se colocou numa posição de universalidade religiosa, mas também disse que o espiritismo era a terceira revelação na linha judaico-cristã e cumpria a promessa de Jesus a respeito da vinda do Consolador.

Realiza, assim, o Espiritismo – a doutrina dos Espíritos – sistematizada para os homens, tudo o que Jesus prometeu: relembra seus ensinos, escoimados das interpretações inexatas que deram origem às declarações do Cristianismo primitivo; vem trazer a consolação aos que sofrem, explicando as causas das dores; descortina a vida nas esferas espirituais; demonstra que a morte, tão temida e incompreendida, é apenas o fim da vida do corpo, continuando o Espírito imortal sua trajetória nos planos espirituais; enfatiza a necessidade do amor a Deus e ao próximo como base essencial para aquisição de todas as virtudes; desenvolve a fé e a esperança em todos os que o estudam e o praticam; descortina e explica a doutrina da reencarnação em planos materiais, dando um outro sentido à vida, não aceito pela maioria das religiões; desenvolve nas criaturas, que se esforçam por praticá-lo, a fé, a paciência , a coragem e a resignação, pela certeza da perfeição das leis de Deus, que jamais falham na sua justiça perfeita.

Allan Kardec escreveu O Evangelho Segundo o Espiritismo e respondeu ponto por ponto a todos os dogmas instituídos pela igreja católica no decorrer dos séculos, em detrimento da mensagem simples, ética e libertadora de Cristo. Em O Céu e o Inferno e depois, em A Gênese, estuda minuciosamente todos os pontos polêmicos da tradição judaico-cristã. O mais crucial, justamente o da divindade de Jesus, aparece, por último, em Obras Póstumas.

Cabia-lhe, portanto, historicamente, a missão de fazer uma revisão do próprio cristianismo, certamente sob a supervisão do próprio Cristo, que é, segundo muitos espíritas aceitam, o Espírito da Verdade. “Venho como outrora, entre os filhos desgarrados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas... Todas as verdades se encontram no Cristianismo; os erros que nele se enraizaram são de origem humana...” (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo). Quem não enxerga e não sente o eco de Jesus nessas palavras? Se isso não for cristianismo, o que será?

Por Dora Incontri, Em Para Entender Allan Kardec. Item VI. Lachátre.

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