Estão a dar o nó nos velhinhos

08 de Setembro de 2017
Jornal O Liberal

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Embora em número bastante reduzido por viagem, a gratuidade em viagens interestaduais para idosos, de 60 anos ou mais, foi proclamada como grande conquista inserida no Estatuto do Idoso e bem recebida por eventuais beneficiários. Ainda que a cumprir exigências burocráticas como prova de renda não superior a dois salários mínimos, reserva feita com bastante antecedência, pessoas com poucos recursos passaram a contar com a possibilidade de, eventualmente, sair do próprio ninho e viajar a outro estado da federação, para visita a um parente ou amigo. Ainda de acordo com a lei, se já reservadas as duas poltronas a outros idosos, a empresa deve disponibilizar outra poltrona pela metade do preço comercial. Tudo certinho para os dois primeiros que chegassem, contentando-se os retardatários com o abatimento de 50% no custo, mas parece que, aos velhinhos, o que era doce acabou-se. Pelo menos uma empresa não está a cumprir a lei, segundo o dito por atendente no guichê. Ao tentar obter uma passagem interestadual, pessoa foi informada de que somente em janeiro poderá ser feita a solicitação. Em cumprimento da lei, se todas as passagens, até janeiro próximo, tivessem sido vendidas, a pessoa teria direito à alternativa pela metade do preço, mas, nem isso lhe foi oferecido. A lei não sofreu mudanças e pesquisa revelou que contra a mesma empresa há muitas reclamações, por não atender ao direito concedido no Estatuto do Idoso. É assim neste país, quando a lei favorece ou protege os frágeis. Dão sempre um jeito de impedir que ela alcance seus objetivos, ou seja, que ela produza os benefícios para os quais foi aprovada e sancionada. Os transgressores, nesse caso, contam com a passividade dos beneficiários, que tudo aceitam como se fosse normal ou mudança da lei. Quem cala consente, e, se não contestado, o transgressor assim persiste.

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