Falta de autoridade

09 de Fevereiro de 2018
Valdete Braga

Valdete Braga

Quando uma mãe chama a atenção de uma filha de nove anos, ela responde “sua vagabunda” para a mãe, e a mãe não toma nenhuma atitude, existe alguma coisa muito errada nesta família.

Presenciei o fato e não resisti a perguntar à mãe:

  • Quantos anos tem a sua filha?

  • Nove - ela respondeu, com a maior naturalidade, e foi assim que eu fiquei sabendo a idade da criança.

Senti mais do que vontade, necessidade de falar com aquela jovem mãe, mas o tom de voz dela ao responder-me e a forma como me olhou quando perguntei a idade da criança, deixaram claro que esta não seria uma boa idéia. Afinal, ela é a mãe. O mínimo que eu poderia conseguir era um “não é de sua conta” ou “você não tem nada com isto”.

O problema é que não dá para aceitar uma coisa assim, mesmo a gente “não tendo nada com isto”. Como uma mãe pode permitir ser tratada assim por uma criança de nove aninhos de idade? Parecia achar natural, simplesmente ouviu e nem se preocupou em corrigir a filha.

Mais pessoas presenciaram o fato e se sentiram tão incomodadas como eu, mas de fato a mãe é ela. A atitude tinha de ser dela. Ela tinha de ter autoridade sobre a menina, pelo bem da própria.

A impressão que fica é a de que, com medo de repressão, muitos pais exageram para o outro lado. “Se fosse no meu tempo, levava um tapa na boca”, sussurrou uma mulher ao meu lado. Também não é para tanto. Como diz o ditado, “nem tanto ao ar, nem tanto ao mar”. Não se bate na boca de uma criança. Mas também não se deve permitir chegar a este ponto. Mulheres estão se tornando mães e homens se tornando pais cada vez mais jovens, e muitos, não todos, é claro, mas muitos, não sabem fazer valer a sua autoridade de pais. Imagino o que esta menina já deve ter aprontado desde bebê, se com nove anos chama a mãe de vagabunda como se isto fosse a coisa mais natural do mundo. E caso não haja uma mudança urgente de atitude por parte desta mãe, nem quero imaginar o que ela estará fazendo, quando tiver quinze.

Meu coração se encheu de dor, e pedi a Deus misericórdia, pelo futuro das duas: mãe e filha. Que época triste estamos vivendo!

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