Fogo não é meio de limpeza!

09 de Dezembro de 2012

Jornal O Liberal

Capina de quintal é ato civilizado e dever agregado ao conceito de cidadania, pois, sendo animal social, a espécie humana estabeleceu critérios para a convivência, em que os direitos de um não devem interferir nos dos demais, especialmente em se tratando de vizinhos. O verde compõe a natureza em volta, mas não precisa exceder limites, que permitem acúmulo de sujeira e proliferação de ratos, cobras, lagartos, mosquitos e outras espécies. Todos têm direito à vida, mas não necessariamente junto à vivenda humana, desde que existam espaços alhures, preservados para o aproveitamento dos não humanos. Mas, pôr fogo, no produto da capina, é anular a limpeza com ela obtida, transformando e transferindo a sujeira para a atmosfera, fonte da vitalidade necessária a todos os seres viventes; é propagar incômodo à vizinhança, afetando-lhe os olhos e pulmões, que passam a respirar fumaça e cinza. Que o mato seja capinado e a sujeira eliminada, sem os prejuízos que o fogo pode causar, não se descartando nem grandes incêndios quando, da chama inicial, o homem perde o controle. Da próxima vez que limpar seu quintal, lembre-se dos direitos do vizinho.