“Fumacê” contra passageiros da jardineira

05 de Outubro de 2012

Jornal O Liberal

Travada por manobras amparadas em lei, a licitação do transporte coletivo no município de Ouro Preto foi liberada pela Justiça, ano passado, precisamente, no dia 15 de dezembro. Quase um ano se passou, o atual mandato do Executivo Municipal chega ao fim, e o transporte coletivo continua terra de ninguém, ou melhor, somente dos empresários do setor, que fazem o que querem, tornando usuários reféns do sistema e órfãos do poder ao qual recorrer, em defesa de seus direitos. Transportando-se em veículos, nem sempre bem conservados e superlotados em horas de pico, usuários temem por sua segurança, ainda que, geralmente, servidos por bons profissionais (condutores e auxiliares de viagem) pacientes, prestativos e educados. Reclamações são muitas e relativas a aspectos diversos, mas o cúmulo do desmazelo em relação a veículo relata usuária revoltada. Segundo ela, numa das últimas manhãs, ao se deslocar de casa para o trabalho, servindo-se da linha circular local, quase teve de voltar e, consequentemente, perder o dia. Densa fumaça, saída do motor, invadiu o veículo, e, quem viajava nos últimos assentos correu riscos de intoxicação, além ter a roupa enegrecida pela fuligem. Como prova, ela exibia peça de roupa clara, manchada de preto, que teria como causa o “fumacê” fora de hora e de lugar, por sua vez derivado do descaso para com a coletividade, sob a ausência da licitação que legitima o serviço e protege os usuários. Coincidentemente, chega-se ao fim da campanha e, neste domingo, serão escolhidos novos mandatários, a serem empossados no Executivo e Legislativo municipais, à entrada do próximo ano. Muitas promessas se fizeram, algumas ingênuas e/ou irresponsáveis, mas na legitimação do transporte coletivo no município de Ouro Preto, assunto abstrato para o povo, porém necessário para sua garantia, ninguém tocou. Não entendida pelo cidadão comum, licitação não dá voto, assim como não dão tubulação de água e de esgoto cobertos por terra.