Gente do bem

05 de Agosto de 2016
Valdete Braga

Valdete Braga

Se metade das pessoas que se anunciam “boas” e “do bem” fizessem uma boa ação por dia, como o mundo seria melhor! Quão menos maldades, injustiças e sofrimentos teríamos nesta vida! Quanto mais pessoas felizes existiriam!

A própria Bíblia diz que a mão direita não precisa ver o que a esquerda faz. Infelizmente, o que muitas vezes vemos na prática, é que a esquerda não só mostra para a direita, como anuncia, propaga, e, se tiver oportunidade, até aumenta um pouquinho.

“Como eu sou bom! Como ajudo quem precisa! Como defendo os mais necessitados! Não ligo para as coisas materiais, não falo mal de ninguém, sou incapaz de prejudicar uma mosca. Pensando bem, sou quase um santo.”

Não é mais honesto reconhecer os próprios erros e admitir que não somos perfeitos? Não é mais confortador aceitar que não podemos tudo e, dentro do que pudermos, agir, mais do que falar? Conheço pessoas que, sem que ninguém saiba, ajudam a tornar este mundo melhor. Alguns agem sem nem a família saber. Uma ajuda aqui, uma outra ali, sem superprodução e sem alarde. O que me deixa triste é ver como esses são minoria na vida prática, enquanto os grandes benfeitores da humanidade se proliferam pelo mundo da teoria. Em programas de televisão vemos muito isto, colocam até fundo musical para a “bondade” feita ficar mais emocionante ao telespectador. Gostaria de ver essas pessoas fora do alcance das câmeras.

Palavras... palavras... eu faço isso, eu faço aquilo, eu faço trabalho voluntário, eu distribuo cesta básica, eu faço campanha do agasalho... eu, eu e eu. Claro que são iniciativas válidas e seria idiotice dizer o contrário. Se o ato, em si, ajuda alguém, azar de quem o faz com intenções escusas. O que quero dizer é que não é preciso tanta propaganda para o bem que se faz. Acredito, inclusive, que ele se torna maior quando não é propagado. E, pior, infinitamente pior, são os que falam e não fazem. Aí é muito mais sério. Há pessoas que adoram anunciar a sua bondade, mas que na prática são incapazes de estender a mão a quem precisa.

Quando o ser humano é realmente “do bem” ele não precisa anunciar isto. Aliás, diga-se de passagem, ele nem pensa nisto. Suas atitudes são naturais, ele faz o bem não para mostrar a ninguém, mas porque é inerente à sua personalidade este tipo de ação. Faz parte de seu caráter e caráter é uma característica única. Ajuda o outro como algo natural, não para se auto denominar “bom”. Estas sim, são pessoas boas. Sem precisar dizer que são.

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