Indagações

29 de Abril de 2014
Valdete Braga

Valdete Braga

Não vou falar sobre o assunto que deixou o país em choque esta semana. Sou covarde, ver a foto do menino Bernardo no jornal, internete ou televisão me dá uma incontrolável vontade de chorar. Não vou falar sobre isto, e sim sobre como o ser humano pode chegar a tal ponto. Não consigo falar, só posso indagar.

Tanto os pais (ele, em minha opinião, culpado por conivência) quanto a “amiga” que cometeram este pecado são pessoas de classe média alta, bonitos, cultos, “estudados”... Mais três “estudados” cometendo barbaridades por este país, ou por este mundo. O discurso politicamente (in)correto de que só vão para a cadeia pretos, pobres e prostitutas cai por terra quando vemos estes flagrantes de cidadãos que teriam tudo para ser taxados de “gente bem”. Que sejam presos e paguem pelo crime; mais do que crime, pecado imperdoável. Só mesmo Deus.

O que leva o ser humano a atos deste tipo? Desamor? Falta de humanidade? Existirão pessoas sem alma neste mundo? Difícil acreditar que estas pessoas foram feitas à imagem e semelhança do Criador. Difícil imaginar que sejam como eu, como minha família, meus amigos, meus vizinhos. A gente erra, e muito! Comete deslizes, peca também. O erro é inerente ao ser humano. Mas existem atos que extrapolam o erro, o deslize, e até mesmo o crime. Simplesmente não dá para entender.

Somos todos iguais? Posso estar errada e talvez até esteja, mas eu me recuso a classificar-me igual a quem comete um ato destes. Talvez eu mesma esteja pecando por orgulho, porque somos todos filhos do mesmo Pai, para o qual voltaremos após nossa jornada no Planeta. Porém, se eu estiver pecando, que Ele me perdoe, mas me recuso a compartilhar a minha humanidade com pessoas assim. Procuro respostas e não encontro, tento entender e não consigo.

Dopar uma criança, matar e enterrar? Uma criança com a qual a pessoa conviveu por 8 anos, alimentou, vestiu, viu sair para a escola e voltar... que eu peque pelo orgulho então, mas quem faz isso não é igual a mim nem igual as pessoas com as quais convivo. Os nossos erros são comuns ao ser humano cheio de falhas, muito longe de Deus mas feito à Sua imagem. Atos como este não são coisas de filhos de Deus. Eu me recuso a chamá-los iguais.

Estou errada? Talvez. Todos merecem uma segunda chance? Talvez. Mas diante destes “talvez” eu não consigo ver o outro lado, se é que ele existe. São monstros. Nem animais são, devem ter perdido a alma em algum lugar, ou nascido sem ela. Quem não tem alma não é filho de Deus. De onde vieram essas pessoas? Podem ser chamadas assim? O que têm no lugar do coração? Indagações e mais indagações sem respostas.

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