Inteligência Artificial

21 de Outubro de 2015
Priscilla Porto

Priscilla Porto

Ninguém gosta de ser chamado de burro.

E acredito que, até o próprio animal, se tivesse conhecimento do verdadeiro sentido e conotação da palavra, jamais teria aceitado a nomenclatura. E, caso soubesse, o pobre burrinho iria, com certeza, pedir a alteração de seu nome no Registro Civil em algum cartório.

E quem está lendo esta crônica, pode pensar: “Eu não!” “Eu não sou burro (a)”.

É o que também penso eu.

Entretanto...

Será mesmo que não?

Afinal:

Às vezes, ficamos doentes, e demoramos dias – e, às vezes, até meses – para irmos a um médico. Ah, mas com a justa alegação de que não temos tempo. Ora, ora, burrice!: pois a procrastinação para ir ao médico pode encurtar, e em muito, nosso tempo.

Profissionalmente, podemos não estar nada satisfeitos com o emprego, mas não fazemos também nada para mudar essa realidade. Como se um diploma de graduação, especialização, pós-graduação, mestrado ou MBA fosse cair do céu em nossos colos, mãos, ou currículo lates, de graça. (Ainda mais em tempos em que tudo anda tão caro!).

Emocionalmente, muitas vezes, estamos em um relacionamento difícil, sufocante ou que, muito mais nos prejudica, do que nós faz felizes... No entanto, relutamos em manter ou lutar pelo status de casal ou de “relacionamento sério”, quando - na verdade - já está cada um para seu lado. E de sério, o relacionamento já não tem mais nada.

E, pessoalmente, podemos ter plena consciência de que precisamos fazer uma atividade física, melhorar a alimentação, manter contato com amigos – fora o contato irreal e viciante via redes sociais, cortar vícios, planejar novas viagens... E, no entanto, não fazemos absolutamente nada.

Isso para não dizer o tanto quanto pode nos ser prejudicial: a fomentação de preconceitos, o desprezo pela humanidade do “outro”, a falta de consciência ambiental...

...como se, dia a dia, caminhássemos para a autodestruição - de olhos, consciência e ouvidos vendados.

E não temos, então, nada de burros?

_*Autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – Mensagens para uma pessoa especial”. _

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