Ladrões e espíritos-de-porco

15 de Dezembro de 2017
Jornal O Liberal

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Em sintonia com a mediocridade imperante, até o ato de roubar caiu de qualidade, tornando-se tão vulgar que é preciso uma grande façanha dentro do crime, mas muito grande mesmo, para que o praticante mereça o título de ladrão. É isso mesmo, o status de ladrão agora custa muito caro! Outrora, bastava o roubo de um botão de camisa, para que o infeliz fosse banido do seu círculo e ficasse marcado para sempre. O sistema de controle introduziu a tolerância, a sociedade aceitou, o que resultou em mais esforços por parte do indivíduo candidato ao título de ladrão. O cara tem que assaltar banco, estourar caixa eletrônico, assaltar condutores de cargas valiosas, tudo a custa de vidas, ou não, para ser verdadeiramente um criminoso, um ladrão digno (de acordo com a sociedade do crime) do título. Ao contrário, será sempre considerado um infratorzinho de m... ! Dentro do espírito de tolerância adotado, até a Língua Portuguesa tem sido atropelada quanto ao conceito único de furto e roubo. As palavras são sinônimas, mas furto virou subtração sem violência e roubo, quando empregada a violência. Vê-se que, implicitamente, até o conceito de violência foi alterado, pois, o chamado “furto” é, em si, uma violência contra o direito de propriedade. Mas, de acordo com as novas tendências, violência é quando há sangue! Coisa de doido! Mas, estamos no Brasil! Entretanto quem respeita a verdadeira essência do Direito não admite tolerância e “reconhece” o status de ladrão a quem rouba desde um botão até além de um milhão! É o que é, ou o que são, praticante, ou praticante, de roubo nos sanitários da estação rodoviária local. Tornaram-se frequentes os roubos de sabonetes, papel higiênico, lâmpadas e outros objetos, não se respeitando nem a presença da Polícia Militar naquele espaço. A subtração desse material prejudica mais os usuários, embora se perceba possibilidade de sabotagem contra a administração pública, que redunda em prejuízos para todos os contribuintes. Os lalaus da rodoviária, além de ladrões seriam também sabotadores do serviço público, o que lhes agravaria a situação. Em outros tempos, tais safadezas já teriam sido investigadas, o ladrão ou ladrões identificados, presos e entregues à Justiça. Cá para nós, se estivessem a roubar comida, o ato se justificaria por situação de fome, mas roubo de papel higiênico... é o fim da picada!

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