Miguel Burnier chora... onde estou eu?

30 de Julho de 2012
Jornal O Liberal

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O distrito de Miguel Burnier / Ouro Preto, nascido São Julião, já teve seus dias de glória, grande indústria de ferro, que dava vida própria à comunidade, enquanto esta se desenvolvia em outros setores; comportava entroncamento ferroviário da Central do Brasil com grande movimento de cargas e de passageiros, entre os três ramais, Rio, Ouro Preto e Belo Horizonte; era ponto de grandes festas populares, manifestações culturais diversas; até hotel, onde se hospedavam viajantes da ferrovia, Miguel Burnier já teve. Como testemunha daquela época e do arrojo da comunidade ficou a igreja, de interior imponente, por fora camuflada com a cor da terra! Da pujança, o distrito caiu na miséria e ostracismo, dos quais a comunidade contemporânea tenta sair para novamente brilhar entre os treze distritos que formam o município. Lamentavelmente, com exceção da atuação do Projeto Estação Cultura, que tenta resgatar a identidade local, informação dá conta que, lá também, a indústria ilegal do desmanche de veículos se estabeleceu. Com o envolvimento promíscuo de marmanjos e “dimenor”, essa modalidade de crime encontra ali, à sombra do abandono social e da distância dos aparatos de segurança, o “clima” propício para o crescimento da criminalidade, mal combatida e impune. Na outra ponta da realidade local, iniciativas, esforços comunitários e o trabalho altruísta não encontram amparo, suficientemente engajado, para que os locais possam recuperar, pelo menos, parte do vivenciado por seus ancestrais.

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