Não há mais pedintes como antigamente!

30 de Junho de 2017
Jornal O Liberal

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A não ser por muito tempo, o que é entediante, a espera pelo embarque numa estação de passageiros, até que pode ser proveitosa, desde a observação do comportamento humano até o bate-papo com pessoa conhecida ou estabelecimento de novas amizades, passando antes pela observação das novidades, no comércio local, quando há. Mas, quando existe algo a aborrecer, quase certo que é a atuação de pedintes. Esclareça-se que pedir não é crime, não é pecado, mas existem momento e forma de pedir, desde que, antes e acima de tudo, haja séria motivação. O ser humano, não importa sua condição social, pode ter que pedir algo, que pode ser informação, orientação, opinião, conselho e até mesmo dinheiro, mas o pedido deste último torna-se problema, quando não bem explicada sua motivação. Infelizmente, quase sempre, não há motivo que justifique ação de pedintes presentes em estações de passageiros, sobretudo rodoviárias. Tal comportamento é a deterioração daquele que foi do pedinte, em extremo estado de penúria, porém dentro de sua ética, a se valer da caridade alheia; recorria-se à caridade pública, em nome de Deus, seguindo-se ao atendimento um respeitoso agradecimento. Isso não mais existe, pois os verdadeiros necessitados têm vergonha de pedir, suplantados que foram pela vadiagem, na qual atuam até quadrilhas especializadas na exploração de usuários de estações rodoviárias. Embora pequenas, quando comparadas ao movimento de suas congêneres metropolitanas, as duas rodoviárias do município de Ouro Preto já apresentam essa praga, a vitimar justamente os de menores posses. Ainda que destratados por usuários mais conscientes sobre o que se passa, os pilantras continuam a incomodar e constranger pessoas, que se se sentem tocadas pela falsa condição dos espertalhões. Por fim, o usuário da estação se converte em passageiro do “busão” local, que estaciona, e se livra do assédio incômodo. Livra-se daquele, porque tão logo o veículo se põe em movimento, outro pedinte mostra a cara aos passageiros. Primeiro, ele distribui esferográficas fajutas e adesivos, envolvidos num plástico. Em seguida, mediante discurso enlatado, ele pede pequena ajuda em troca daquele objeto, que seria para organização que cuida da recuperação de dependentes químicos. Mais uma vez, é o constrangimento e o incômodo a assaltar o passageiro, ainda que este não caia na conversa do “pregador”. Entra-se num ônibus para se transportar, ou para ser incomodado? Daria para estar em lugares públicos, sem ser perturbado e extorquido por estranhos?

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