Não se fazem correios como antigamente

11 de Maio de 2018
Jornal O Liberal

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Definitivamente, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deixou de ser prestadora de serviços, eficiente, zelosa e respeitosa como ainda podem atestar alguns poucos restantes dos milhões de antigos usuários. Fosse um simples bilhete ou um grande pacote despachado, a encomenda era entregue em tempo razoável e no endereço indicado, ressaltando-se a extrapolação no trabalho de seus servidores, para “decodificação” de algaravias e identificação de endereços mal indicados, no tempo em que ainda não havia o Código de Endereçamento Postal, ou CEP. Como exemplo registre-se, pelo menos, um caso dessa eficiência. Certa vez, residente (sem qualquer destaque na sociedade) em Ouro Preto recebeu correspondência, cujo endereçamento era tão somente seu nome e o nome da cidade. Quando, praticamente não havia estradas, sendo o transporte feito em lombo de animais, as portas dos Correios só se fechavam uma vez por ano, na Sexta-feira da Paixão. Era serviço modelo e um dos orgulhos nacionais! Hoje é uma vergonha! Que não se culpe os servidores, herdeiros dos antigos antecessores, em eficiência, dedicação e zelo, em sua maioria, porém dirigidos por um sistema canhestro, distante da lógica e da realidade, o que resulta em desserviço à população. Não mais se recebem faturas, de natureza comercial ou doméstica (água, luz, telefone) para sua quitação dentro do prazo. Poucos não devem ser os casos de remessas nunca chegadas ao destino e, diante de eventual reclamação, há sempre um diretor a tentar tapar o sol com a peneira, ainda que o servidor assuma a falha. Para o serviço de entrega, a alternativa da caixa postal seria a modalidade ideal para as duas partes, Correios e usuário, mas, como já dito, àquela empresa não mais interessa a prestação de serviço; o que ela quer é ganhar dinheiro. Se não fosse assim, não teria majorado, em mais de quarenta por cento, a assinatura de uma caixa postal.

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