Onde dorme a Guarda Municipal de Ouro Preto? I

01 de Dezembro de 2012
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

Em meio ao trânsito de veículos, cada vez mais intenso, e irregularidades cometidas por condutores irresponsáveis, o pedestre se sente como caranguejo entre o mar e o rochedo: apanha de qualquer jeito. Antes da lei, representada pelo CTB, já diz a lógica que cabe ao pedestre o uso da calçada, no seu ir vir pelas vias públicas, bem como o uso da faixa de segurança (quando existe) para cruzar as mesmas vias. Nem é preciso dizer que, para isso, a calçada tem que estar livre de qualquer obstáculo, incluindo-se grupos de pessoas a conversar e, com muito mais razão, de veículos que, se não em circulação, devem estar estacionados em locais próprios ou previamente destinados. Mas, entre tupiniquins, pedestre é cidadão de terceira, ou de nenhuma categoria, para merecer respeito, pois, a todo momento e em qualquer lugar seu caminho é interrompido por carangos estacionados sobre a estreita calçada existente. E o mau exemplo se copia facilmente. Grupos de jovens, quando não sentados no topo do encosto e pés sobre assento dos bancos dos jardins públicos, agora se sentam também nas calçadas, obrigando pedestres a disputar espaço com veículos em circulação. E se o pedestre ousa passar entre eles, há sempre algum atrevido a questionar e, talvez, apelar à violência para garantir seu “direito” de violar o dos demais. Onde dorme a Guarda Municipal de Ouro Preto?

Onde dorme a Guarda Municipal de Ouro Preto? II

Inaugurada e bem acolhida por usuários, embora pese sobre si o perigo de descontinuidade, a estação rodoviária de Cachoeira do Campo vai além do seu papel de abrigar passageiros e dar suporte ao transporte coletivo, no município. A população já descobre ali ponto de encontro, para bate-papo entre amigos, lazer extra sem qualquer compromisso, meio de ocupar tempo ocioso, ainda assim sem nada fazer, o que pode também abrir caminho para manifestações culturais. Mas espíritos de porco sempre existem, para anular boas iniciativas no campo das relações humanas. A bicicleta motorizada, ressurgida com mais força e usada mais para perturbar do que para transportar, também descobriu a rodoviária como ponto onde azucrinar o público. Tão pequenas e a fazer tanto barulho quanto tratores (“bicho de João Camilo”) duas dessas bicicletas usavam aquele espaço, impunemente, no último domingo. Onde dorme a Guarda Municipal de Ouro Preto?

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