Qual é o Sentido da Vida?

24 de Janeiro de 2011
Jarbas Lima Lemes

Jarbas Lima Lemes

“Não somente de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”” (Mateus, 4:4.) O questionamento sobre o sentido da vida acontece em algum momento da existência, mas a resposta à indagação está relacionada a vários fatores, entre eles: idade, nível de maturidade espiritual, educação recebida, formação religiosa, interesses... A respeito do assunto, esclarece Léon Denis em seu livro “O Poque da Vida” que “O que importa saber antes de tudo é o que somos, de onde viemos, para onde vamos, quais são os nossos destinos.As ideias que fazemos do Universo e suas leis, do papel que cada um de nós deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importância capital. É de conformidade com elas que dirigimos os nossos atos. Para as coletividades, da mesma forma que para o indivíduo, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres; mostra o caminho a seguir, as resoluções a adotar.”

Não resta dúvida que esse é o melhor critério, entretanto, sabemos que significativa parte da Humanidade restringe a existência à mera experiência biológica (nascer, crescer, reproduzir e morrer). Para muitos indivíduos o enfoque é a família e/ou a profissão. Os hedonistas preferem gozar a vida, sem pesar as consequências. Mas há pessoas que, efetivamente, centralizam a vida na busca pela melhoria espiritual. Tal constatação nos faz concluir que, a rigor, não há um consenso de respostas, como indicam pesquisas realizadas, uma vez que o entendimento sobre o sentido da vida varia de pessoa para pessoa, estando sujeito a mudanças de opinião, à medida que envelhecemos ou nos tornamos mais experientes.

Em termos religiosos, o Hinduísmo relaciona o sentido da vida à harmonia e libertação espirituais, ambas necessárias à comunhão eterna e pacífica com Deus.Para os brâmanes, é atingir o estado de consciência cósmica. O Judaísmo valoriza a observância das leis de Deus, registradas nos seus livros sagrados. O Budismo orienta que o sentido da vida está na liberdade de cada um escolher como conduzir a própria vida. Para o Cristianismo é necessário vivenciar o Evangelho, condição totalmente acatada pelo Espiritismo.

A citação de Mateus no início deste artigo pode ser considerada um roteiro espírita sobre o sentido da vida. Interpretada por Emmanuel, destaca este Benfeitor a importância de reconhecermos a extensão e o valor das bênçãos divinas, distribuídas por Deus em nosso benefício. Assim, considera a palavra “pão” (Não somente de pão viverá o homem), presente no texto evangélico, como símbolo representativo das concessões materiais doadas ao encarnado. Pondera, entretanto, que tais dádivas devem ser utilizadas para a obtenção do alimento espiritual (toda palavra que sai da boca de Deus), que é o verdadeiro sustento à vida do Espírito imortal. Eis como se expressa:

Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma. Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos. Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.

Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável. Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna. Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível. Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva. Não apenas flores, mas também frutos. Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa. Não só teoria excelente, mas também prática santificante.

Não apenas nós, mas igualmente os outros.

Ao final, conclui com a sabedoria e a simplicidade de sempre: Disse o Mestre: – “Nem só de pão vive o homem.”

Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo. Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.

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