Título que nada soma à sociedade ouropretana

26 de Agosto de 2011

Jornal O Liberal

Ouro Preto tem muitos títulos de que se orgulhar, tendo ocupado posições vantajosas em relação a outras cidades no país e no continente. Nos tempos de Vila Rica, segundo contam, chegou a ser, por exemplo, a segunda cidade mais populosa das Américas, perdendo apenas para Nova Iorque. O teatro mais antigo das Américas é o de Ouro Preto e a primeira escola de farmácia criada no Brasil é também a de Ouro Preto. Até há alguns anos, ocupou o terceiro lugar no consumo de energia elétrica no Brasil, perdendo apenas para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. E aqui se explica o que, à primeira leitura, pode parecer absurdo ou causo de pescador. A razão de tanta energia elétrica consumida em Ouro Preto está nos fornos eletrolíticos da fábrica de alumínio em Saramenha. E foi em Ouro Preto que se realizou a primeira corrida (produção do metal quente) de alumínio em todo o hemisfério sul, ainda pela Eletro Química Brasileira S/A-ELQUISA, a pioneira. Outros títulos, alguns não tão honrosos, Ouro Preto coleciona através do tempo. Devido ao seu clima frio e úmido, contribuindo também o ambiente social e boêmio, desde os tempos da colônia, Ouro Preto acumula fama quanto a altos índices de consumo de bebidas alcoólicas, repercutindo isso jocosamente em torno do ouropretano em terras estranhas. Se era dado popularmente conhecido, sem qualquer embasamento científico, agora se torna oficial com o resultado da pesquisa realizada sob encomenda da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior-ANDIFES. Ainda bem que iniciativa partiu do próprio meio! Segundo a pesquisa, o alunato da UFOP é o maior consumidor de bebidas alcoólicas entre todas as universidades brasileiras. Considerando o prejuízo moral, social e econômico, causado pelo excesso de bebida, o título não é nada honroso e requer profunda reflexão por parte de toda a sociedade. É moçada! Guardemos os copos e abramos os livros!