Tomás Antônio Gonzaga

15 de Junho de 2013
Alex Bohrer

Alex Bohrer

Nasceu em 1744 na cidade portuguesa do Porto. Com sete anos de idade veio para o Brasil com seus pais. Iniciou seus estudos no Colégio Jesuíta na Bahia. Em 1761, ingressou na Universidade de Coimbra, bacharelando-se em Leis. Exerceu o cargo de Juiz de Direito em Beja, Portugal. Em 1782, foi nomeado ouvidor de Vila Rica. Na capital mineira apaixonou-se por Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, musa enamorada que imortalizaria nas liras de seu poema mais famoso: Marília de Dirceu. Uma vez envolvido na Inconfidência Mineira, foi preso e transferido para o Rio de Janeiro. De lá, em 1792, foi degredado para Moçambique. Na África recompôs sua vida, casando-se com a filha de um abastado negociante.

O poema Marília de Dirceu é dos mais lidos e editados da língua portuguesa, sendo a obra máxima do arcadismo brasileiro. O arcadismo, modismo literário pautado pelo gosto do bucolismo e da vida pastoril, inspirou sobremaneira nossos poetas setecentistas, tanto que, em 1768, foi fundada em Vila Rica a Arcádia Ultramarina, onde se congregavam os aficcionados pelas belas letras. É neste estilo que Gonzaga compõe suas liras, exemplificadas a seguir pela Lira I:

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado;
Os Pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste
Nem canto letra que não seja minha.

Também lhe é atribuído a composição das Cartas Chilenas, escritos de caráter satírico em que criticava o governador da época.

Faleceu no exílio em 1810. É o patrono da Cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras.

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