Trabalhador, sim, mas golpista também

30 de Agosto de 2012
Jornal O Liberal

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Se não conhecido, com endereço comprovado, ou apresentado por amigo, está difícil confiar em prestador de serviços, desses eventuais, que cumprem sua tarefa, em alguns minutos ou poucas horas, e desaparecem depois de serem pagos. Roupa de trabalhador e caixa de ferramentas deixaram de ser comprovantes da lisura e honestidade de quem bate à porta para oferecer serviços; também o crachá e carteira, como garantia contra a picaretagem e desonestidade, pode ser sugestão inócua diante de tantas facilidades para falsificação. Bandido não mais tem cara de bandido, e, trabalhador honesto que se cuide porque outros, aparentemente, na mesma linha, podem estar a bloquear seu caminho com ações deletérias. É o que se comprova no dia a dia. Cidadão é abordado na rua por estranho, que se mostra como velho conhecido que não tem visto aquele há muito tempo. O estranho pergunta se o cidadão está no mesmo lugar de sempre (não cita referências de endereços para comprovar que sabe mesmo), assim como outros golpistas tentam ganhar a confiança de suas vítimas; finge não se lembrar do nome do cidadão. Por fim, de forma coloquial diante de velho amigo, comenta, como se do conhecimento comum, sobre trágico acidente, que teria acontecido no dia anterior: garota teria caído da laje, quando estendia roupas para secar. E aponta a rua onde o acidente teria ocorrido. Perguntado sobre quem seria a vítima, responde que é sua filha. E aí vem a tentativa de golpe no cidadão já desconfiado. Sua filha teria sido levada para o hospital com diversas fraturas, incluindo-se traumatismo craniano; ele, o pai, teria sido dispensado do emprego em empresa da região na semana anterior, estaria também com outro emprego já acertado, mas necessitava de dinheiro para dar assistência à garota. É claro que nada conseguiu. Desconhecido o indivíduo por várias pessoas e não confirmado o suposto acidente, o caso foi confiado a policiais militares. O golpista fracassado, pelo menos com uma pretensa vítima, não era da região e, comprovadamente, presta serviços de em porta em porta. Imagine-se o que ele pode fazer dentro da casa onde estiver a executar seu trabalho.

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