Transformando Limão em Limonada!

10 de Novembro de 2017
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

R.Koeppel (*)

Noutro sábado, fui ver um evento cultural numa cidade da nossa região. A cidade estava cheia de turistas e cidadãos felizes. O que sempre é uma coisa alegre e gera trabalho e renda para todos. Estacionei meu automóvel numa rua secundária. Na esquina estavam vários policiais, a conversar. Eles também, ainda que a trabalho, estavam vendo o movimento, cheio de gente bonita. E fui participar do evento que me atraíra até lá. Voltei uma hora depois. Feliz por ter participado de uma coisa bonita, alegre. Não só eu, o auditório estivera lotado e todos gostaram.

Mas... Cadê meu carro? Não estava mais onde eu havia deixado estacionado! Logo pensei: Deve ter gente de BH aqui também. Lá tem muito ladrão de automóveis... E lá deve estar faltando carros para se roubar! Fui até os policiais, que ainda estavam por lá. Continuavam a conversar e estavam alegres. Eu não! Perguntei se haviam visto algo. Eles disseram: “Seu carro foi rebocado! Estava estacionado em lugar proibido...”. Perguntei onde estavam as placas. Eles procuraram e também não achavam. Depois, um deles disse: “Olha ali! Está meio escondida, virada para o outro lado da rua. É difícil de ser vista, pois está num local escuro e só tem uma!”. Eu agradeci, pois gosto de respeitar as leis, mesmo quando estão meio escondidas. Perguntei para onde teria sido levado o carro e fui informado que deveria estar no depósito de veículos removidos, longe do centro. E que não adiantaria ir até lá, pois somente na 2ª feira me atenderiam. Mas, como estava frio e minhas blusas tinham ficado dentro do carro, resolvi ir até lá.

Lá chegando, apertei a campainha e surgiu um jovem. Enquanto eu aguardava ele chegar até o portão, mais dois guinchos chegaram, trazendo mais dois veículos. Uma noite produtiva, certamente. E rentável! Para os taxistas, para o guincheiro e para uma das Polícias... Ou seriam as duas? Eu apenas adiantava dúvidas que, na 2ª feira, eu descobriria serem comuns. Fiquei feliz, pois meu carro não ficaria triste, sozinho, dormindo no depósito até 2ª feira. O atendente informou: “O Senhor não pode tirar a blusa do carro. Não vai poder entrar aqui até 2ª feira. O carro está trancado. Eu não tenho a chave...” Mostrei-lhe a chave, sem que isto o sensibilizasse. Com frio e triste, tomei o táxi que me trouxera até o depósito e fui de táxi para Glaura, dormir. Não foi barato. E eu sentia frio...

Na 2ª feira, logo cedo, eu estava de volta à bucólica cidade. De táxi. Adoro conversar com taxistas e no final ajudar na distribuição de renda na nossa região. Do meu bolso para o bolso do taxista. No depósito disseram que não sabiam quem tinha feito a apreensão e que eu deveria ir a dois lugares: à delegacia da Policia Civil e à Policia Militar, pois o BO (Boletim de Ocorrência) que informaria isto, somente chegaria ao depósito às 14 h. Eram 8h 30 e eu tinha um compromisso em BH, importante, às 16h... Fui atrás... Taxímetro avançando...

Na Policia Militar, gentilmente atendido, disseram que deveria ter sido a Polícia Civil. E lá na Delegacia da Polícia Civil, disseram que eu teria que aguardar até as 14h, pois o BO ainda viria da Polícia Militar, por volta de 15h... Claro que minha reação foi imediata. Berrei, gentilmente: Assim não é possível! Apareceu o delegado que, também gentilmente, disse que eu deveria retornar à Polícia Militar. Talvez eu conseguisse o tal BO antes, pois ele sentiu que meus compromissos eram importantes. Volto à Polícia Militar, taxímetro avançando... Fui atendido por uma gentil moça. Ela foi lá dentro e depois de alguns minutos, informou: “Os BO’s acabaram de sair daqui. O Senhor tem que retornar à Polícia Civil”. Agradeci e para lá retornei. Taxímetro avançando... O delegado estava rindo: “O Senhor acabou de sair daqui e os BO’s chegaram! Vamos liberar o Senhor agora! Pague a taxa de infração e reboque (R$ 280) e tudo estará resolvido”. Eu gosto de gente assim - positiva, responsável, prestativa.

E assim foi. Enquanto se preparava o formulário para que eu fizesse o pagamento, vi uma propaganda da BOLSASEAD (0800-602-6772) para que policiais façam cursos especializados, sobre os mais variados temas. Segundo o folheto, bem impresso, a empresa oferece 580 cursos à distância, sendo muitos para policiais de segurança e inteligência (eu preferiria que fosse para policiais com inteligência, pois “inteligência” no sentido que estava no papel, significa “serviço secreto”, o que não ajudaria no meu atendimento). Cursos todos importantes, todos úteis: Comunicação e Oratória, Segurança contra Pânico, Inteligência Policial, Inteligência Estratégica (não sei qual a diferença entre tantos tipos de inteligência...) Gestão de Emergência e Desastres, Polícia Legislativa (Êpa!), Crimes Digitais, Gestão de Conflitos, etc. E assim por diante. Num total de 33 cursos especializados só para policiais. Tem mais 11 outros ramos: Gestão Hospitalar, Logística, etc.

Só estranhei que um curso muito importante, sobre organização e funcionamento de entidades, que se conhecia antigamente como O&M – Organização e Métodos, não fazia parte da lista. Um curso básico, onde se aprende que polícia é polícia, ladrão é ladrão. E que cada um tem sua razão de ser na sociedade civil. Pimba! Comecei a entender por que eu havia perdido tanto tempo. Ninguém sabe o que a Polícia Civil faz, se for da Polícia Militar. E vice versa. A moça do depósito de veículos guinchados sabe menos ainda. Ela é da empresa responsável, apenas.

Estou mandando uma sugestão para um dos Secretários Municipais de lá que é meu amigo. Ele é gente boa! E também para uma das melhores empresas da região. Sugerindo: a empresa faz publicidade e doa, para as duas Polícias, uma fita adesiva onde se coloca algo assim: [Aqui em XXX a gente gosta de visitantes. Mas também gosta de respeitar as leis. Seu veículo foi rebocado por estar em lugar proibido. Foi rebocado às ___ horas pela [] Policia Militar fone xxxx [] Polícia Civil fone xxxx. Você está em boas mãos! Volte sempre!] Acho que é uma idéia que pode ser útil para todas as nossas cidades, onde circula O LIBERAL.

E no canto do adesivo, a empresa aproveita e faz publicidade. Coloca no adesivo algo sobre seus maravilhosos serviços e/ou produtos. Ao rebocar o veículo (o meu, nunca mais!) o policial responsável vai escrever dois dígitos (a hora que isto ocorreu) e marcar com “X” quem foi o agente da lei. Simples assim! Num curso de O&M isto seria a aula número 1. E, Oh! Como seria bom para todos nós... Surpresas, só se forem boas! Cheguei à BH por volta de 15h 30, vindo em alta velocidade para não perder a hora.

(*) Rodolfo Koeppel mora em Glaura. Gosta muito de participar destas nossas festas regionais, onde sempre as pessoas são gentis e a alegria é uma característica. Naquela noite, ele ouviu uma moça que cantou muito bem. Tinha uma boa voz e, como todas as moças da nossa região, era muito bonita. E o delegado gostou da idéia proposta. Vai ter ajuda da empresa? Quem viver verá... Rodolfo.koeppel@gmail.com

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