Um casal, uma igreja e dois celulares

20 de Janeiro de 2017
Priscilla Porto

Priscilla Porto

Cenário melhor não há: adro de uma igreja histórica de Ouro Preto.

Descendo uma ladeira histórica avistei uma cena corriqueira, mas que, nem sei o porquê, chamou atenção:

Um rapaz sentado.

Uma moça sentada.

Ambos mexendo no celular.

Os dois um pouco distantes. Fisicamente mesmo.

Ele bem aparentado. Ela bem aparentada. Novos.

Bom, a inexperiência provoca muitas brigas, já se sabe.

Mesmo que ali tenham chegado juntos, sentado juntos, e por que não, planejado se casarem – obviamente juntos – em tão bela e imponente igreja.

Poderiam até ter acabado de ali chegar. E, igualmente, terem acabado de brigar. E, obviamente, terem ido zapear... cada um em seu celular. Distantes...

Na verdade, eram dois turistas, de regiões distantes. Bem como de estados e cidades diferentes. E até sotaques e crenças diferentes.

Estavam ali, por acaso, “juntos”.

Nem ao menos olharam um pro outro. Nem sequer tinham o número de whatsapp um do outro.

Porque nem tudo que se vê, é o que realmente estamos vendo.

*Autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para uma pessoa especial”.

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