Conta a lenda que na Índia antiga, havia um vilarejo situado às margens de um rio largo e muito fundo.
Neste vilarejo, havia cerca de quinhentas casas. Seus habitantes nunca tinham ouvido falar do budismo ou de outras religiões e viviam como bárbaros, brigando e trapaceando uns aos outros.
Com o desejo de despertá-los para a Lei, certo dia o Buda dirigiu-se até lá, sentou-se sob uma árvore e meditou profundamente.
Impressionados com o Buda, algumas pessoas reverenciaram-no, enquanto outras, agitadas, não paravam de perguntar quem era aquele homem. Ciente do que acontecia no coração de cada um deles, o Buda disse-lhes:
A multidão se calou e o Buda ensinou-lhes sobre a Lei e o modo correto de viver. Porém, as pessoas não conseguiam crer em suas palavras, pois durante muito tempo viveram em meio ao egoísmo e à falsidade.
Então, para levá-las à compreensão, o Buda fez surgir do outro lado do rio um homem que conseguia atravessá-lo caminhando sobre a água, deixando todos admirados.
Quando ele chegou à margem onde a multidão estava reunida, algumas pessoas lhe disseram:
E o homem lhe respondeu:
O Buda o elogiou, dizendo:
O Buda ensinou que a fé é como um barco para atravessar um rio. Aquele que ouve atentamente reúne conhecimento e aquele que acredita e segue os preceitos é um homem corajoso, capaz de atingir a iluminação.
Após ouvir as palavras do Buda, os habitantes do vilarejo decidiram crer e praticar seus ensinamentos. Nunca mais cometeram más ações e passaram a viver como homens e mulheres de bem.