Abertura de nova unidade da Cooperouro gera polêmica no Ministério Público, cooperados se sentem constrangidos

Ouro Preto,
03 de Novembro de 2013

Após ser inaugurada na quinta-feira (24) a nova unidade da Cooperouro, situada no bairro Cabeças, foi embargada pela juíza da 2ª Vara Cível de Ouro Preto a pedido do Ministério Público de Minas Gerais. Segundo o MP, a medida foi consequência de um descumprimento de uma ordem judicial anterior, que impedia a inauguração e abertura da loja devido a inadequações no projeto de construção.

A obra de grande porte foi criticada por estar localizada em uma posição de grande relevância e impacto ao Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto. O MP informou que as irregularidades foram verificadas pelo Departamento de Aprovação de Projetos da Prefeitura de Ouro Preto, e que mesmo o novo projeto apresentado acabou sendo reprovado pelo Iphan.

O MP considerou a inauguração da loja como um desprezo à ordem judicial apresentada, o que resultou no referido embargo. A cooperativa teve permissão de acesso à unidade somente para realização das intervenções necessárias para a obtenção das autorizações e licenciamentos necessários para regularizar o funcionamento do supermercado.

A cooperativa está constrangida com o acontecimento, por não concordar com as atitudes do Ministério Público. Representantes explicaram que todo o projeto para construção da loja levou dois anos de discussão envolvendo órgãos competentes do município e do Iphan. Além disso, a construção foi acompanhada de perto pela Prefeitura, através da Secretaria de Patrimônio, com pequenas alterações julgadas necessárias durante o processo.

“Porém, apenas ao final da obra, o Iphan e a Secretaria pediram outras mudanças. O Iphan não concordou com as alterações da fachada posterior do prédio, que teve seu revestimento em pedras naturais substituído por textura pintada e pediu que o projeto anterior fosse mantido. A Cooperouro acatou o pedido e, desde a notificação formal, está providenciando a obra de fixação das pedras”, explicou a Assessoria de Imprensa da cooperativa.

Uma nova visita ao prédio foi realizada na quinta-feira (31) para buscar uma solução amigável para o impasse. A Cooperouro não acredita na questão imposta a respeito de danos ao patrimônio, já que na área do prédio poderia ser estruturado um imóvel de até 12 metros de altura. Para a cooperativa, as inconformidades existentes limitam-se apenas a questões de fachada, pois a parede do prédio visível a partir do Centro Histórico deveria ser revestida com pedras naturais. Quanto a outros pontos, a loja já recebeu inspeção sanitária e possui projeto contra incêndio, que só não passou por vistoria por que foi impedida no momento em que o supermercado foi lacrado.

A Cooperouro lamenta a proibição do funcionamento da loja por acarretar prejuízos para a cooperativa e seu grupo de funcionários. “A loja encontrava-se totalmente abastecida e os funcionários da unidade já estavam treinados e admitidos. Com o seu fechamento, já houve perdas de produtos, como hortifrutis e funcionários ficam com a incerteza se continuarão ou não empregados”, lamentou a Assessoria. Caso a loja não inicie as operações imediatamente, cerca de 120 pessoas poderão ser demitidas e R$10 milhões investidos na loja podem estarão arriscados.

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