Uma abordagem da Guarda Civil Municipal de Itabirito (GCMI) a um cidadão causou muita polêmica na cidade nos últimos dias. Dois vídeos que circulam na internet mostram o momento da confusão e dividem opiniões nas redes sociais. Em um dos vídeos aparecem guardas municipais imobilizando um homem, que minutos antes enfrentava um dos guardas com empurrões e palavrões. Já sob custódia da guarda, o rapaz foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e chegando ao local um de seus amigos, indignado com a atitude, teria tentado defendê-lo e agredido um guarda que estava no local, mas de folga. O fato foi gravado por pessoas e amigos que se encontravam na Unidade.
De acordo com a GCMI o conflito teria começado na sexta-feira (1) próximo ao Parque Municipal, quando o homem foi abordado e teria agredido um guarda municipal, que chegou a cair. De acordo com a nota divulgada pela prefeitura, o rapaz foi encaminhado à delegacia e liberado após prestar depoimento.
A nota ainda esclarece que o conflito se estendeu durante o fim de semana, quando a mesma pessoa, junto com alguns colegas, passaram a acompanhar e insultar os guardas que estavam em serviço pelas ruas. “Na segunda (4), após novas ameaças e insultos, o indivíduo foi novamente abordado e como houve resistência foi necessário uso de força para contenção. Ele então foi conduzido à UPA. Na Unidade um de seus colegas ainda agrediu um guarda que ali se encontrava de folga fazendo exames. Este outro autor também foi imobilizado e preso”, especifica o texto.
Os acontecimentos dividem opiniões na cidade. A maioria dos depoimentos nas redes sociais desaprovam a atitude dos guardas, com palpites de que seria perseguição por parte da GCMI. “Isso é abuso de poder, tem que ter punição. Eles estão perseguindo esse rapaz”. Outros já defendem as ações da guarda. “Cidadão de bem respeita e é respeitado. Que a nossa GCMI continue prestando seus serviços com a qualidade que sempre prestou. Quem trabalha na área sabe o que se passa em todas as ações de atendimento à população”.
O Comandante da guarda, Moisés Matias, informou que o que a população não sabe é que desde agosto do ano passado a GCMI passou a ter o poder de polícia. “Toda nossa ação é legítima, estamos assegurados pela lei 13.022/2014, que deu poder de polícia a todas corporações do Brasil, portanto estamos habilitados a fazer a prisão de atos de desacato às autoridades, que foi o que aconteceu”, ressalta Matias.
Ameaças
Em entrevista à reportagem do jornal O LIBERAL, o Comandante Matias falou das ameaças que a guarda tem recebido após o início dos episódios. “Tivemos acesso a diversos áudios do aplicativo de comunição whatsApp com pessoas ameaçando os guarda municipais e familiares, inclusive tem ameaças até mesmo nas redes sociais. Já estamos tomando as devidas providências e os advogados da prefeitura já se mobilizam para identificar e responsabilizar todos os autores”, garante.
Segundo a nota da prefeitura, o rapaz autor das ameaças e que também aparece no vídeo, possui ficha policial, na qual constam atos como desacato, resistência, ameaça e tráfico ilícito de drogas. Sobre a ação da GM o executivo ressalta que a orientação é que os agentes façam uso da força, em abordagem, somente em último caso.
Protesto
O movimento, agendado para a tarde de quarta-feira (6) em protesto aos acontecimentos dos últimos dias com os dois jovens do vídeo e a guarda, terminou em quebra-quebra e vandalismo. Patrimônio público depredado, lixeiras reviradas e lixo espalhado pelas ruas foram algumas ações cometidas durante o que deveria ser uma manifestação pacífica.
Segundo os simpatizantes do movimento, o objetivo seria pedir a punição dos guardas municipais envolvidos, que teriam violado os direitos dos jovens de Itabirito. Na próxima edição, mais detalhes das ações ocorridas na tarde de quarta (6).