Arquidiocese de Mariana continua processo de beatificação de dom Luciano

Mariana,
08 de Setembro de 2014

O tribunal eclesiástico encarregado de dar início ao processo de beatificação de d. Luciano Mendes de Almeida (1930-2006) começou a funcionar na quarta-feira (27) em Mariana. Após uma missa na Catedral da Sé celebrada pelo arcebispo d. Geraldo Lyrio Rocha, foram indicados os membros da corte que ouvirão, em reuniões fechadas, os testemunhos de pessoas sobre eventuais milagres do religioso.

Cerca de 400 pessoas acompanharam a cerimônia, dentre elas autoridades como o prefeito Celso Cota e sua esposa Cristina Cota, e o vice-prefeito Duarte Junior “Du”.

“Dom Luciano era uma pessoa extraordinária, nos deixou essa mensagem linda. Não temos dúvida que ele passará por esse processo bem, até porque eu já o tenho como meu santo protetor, e todos os dias peço a ele sabedoria e humildade para que possamos cuidar da nossa gente sempre com espírito pronto para ajudar o outro, assim como ele fez”, disse Celso Cota.

A abertura do processo de beatificação foi pedida ao Vaticano em 2011, cinco anos após a morte de d. Luciano, com o respaldo de mais de 300 bispos brasileiros. “Tenho a impressão de que nunca chegou a Roma um pedido secundado por um número tão grande de bispos. A resposta chegou no dia 13 de maio deste ano, com a autorização da Congregação para a Causa dos Santos”, disse d. Geraldo.

A caminho do altar

A instalação do tribunal é o primeiro passo para a beatificação - que antecede o de canonização, ou se tornar santo. Dom Geraldo assinala que o seu antecessor “morreu com fama de santo”, e que o seu túmulo recebe romeiros e centenas de pessoas que depositam flores, fotografias e bilhetes, com agradecimentos e pedidos de intercessão. “Há relatos sobre fatos extraordinários”, assinala d. Geraldo.

Concluída a primeira fase do processo, que inicia na Arquidiocese de Mariana, o caso segue para o Vaticano, que avaliará a documentação. Se aprovada, ele poderá ser decretado “venerável” pelo Papa Francisco e, em seguida, poderá ser beatificado a partir da comprovação de um milagre. A expectativa do episcopado brasileiro é que o processo terá boa aceitação no Vaticano, que tem a frente um papa que também é jesuíta.

Servo de Deus

Dom Luciano, que passa a ser chamado “servo de Deus”, nasceu no Rio de Janeiro, mas trocou o conforto da família nobre pela vida religiosa e o serviço aos pobres. Entrou para a Companhia de Jesus, foi secretário-geral (1979 a 1986) e presidente (1987 a 1994) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por dois mandatos consecutivos. Sua trajetória de vida foi marcada pela defesa dos direitos humanos e dos pobres. Foi arcebispo de Mariana de 1988 a 2006, quando faleceu aos 75 anos, no Hospital das Clínicas em São Paulo.

O corpo de d. Luciano está sepultado na cripta dos bispos, na Catedral da Sé, ao lado de d. Antônio Ferreira Viçoso (1787-1875) cujo processo de beatificação já está encerrado. “Mariana tem a perspectiva de ver dois de seus bispos serem canonizados”, finaliza d. Geraldo.

Arquidiocese de Mariana continua processo de beatificação de dom Luciano - Foto de Studio Élcio RochaArquidiocese de Mariana continua processo de beatificação de dom Luciano - Foto de Studio Élcio Rocha
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