Atelier de Artes Integradas: formação artística e humana de mãos dadas, em 11 anos de história

Itabirito,
02 de Junho de 2017

Espaço promove acesso gratuito e democratiza a arte na região

“A gente se sente em casa”. Este é o sentimento que envolve todos que comemoram, neste dia 31 de maio, o 11º aniversário do Atelier de Artes Integradas. Desde sua criação, em 2006, o espaço oferta de forma gratuita, por meio da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo de Itabirito, cursos de Teatro e Balé na cidade.

Com o objetivo de promover uma política cultural de integração entre as diversas modalidades de expressão artística, o Atelier já beneficiou 4.400 pessoas “É uma satisfação enorme estar na gestão de um aparelho cultural público que garante acessibilidade para todas as idades e classes sociais de Itabirito. O Atelier é uma ferramenta que garante não somente o acesso democrático à arte e uma oportunidade de ofício, mas também oferta uma nova visão de mundo, com mais alegria e possibilidades”, comemora Henrique Malheiros, atual gestor do Atelier de Artes Integradas. Arte como ferramenta transformadora

Há dez anos na escola, o professor de teatro Davi Procópio externou o carinho pelo local de trabalho. “Eu tive a felicidade de vir trabalhar no Atelier, logo no começo. Há dez anos, sou professor de um lugar que oferece muito mais que o trabalho artístico, que ultrapassa os limites da arte e que oferece grande formação humana a todos que passam por aqui. Muitos dos nossos alunos não serão artistas, mas, certamente, serão pessoas mais humanas nas áreas que escolherem seguir, com maior consciência do seu espaço e do espaço do outro ou vencendo limites práticos da vida, como a própria timidez. O teatro é uma ferramenta transformadora e que agrega muito a qualquer indivíduo”.

Muito além de um espaço para a prática de artes, o Atelier se tornou um ambiente para troca de experiências e aprendizado mútuo. “Quando falo ‘Atelier’ eu lembro muito de casa. É assim que nós nos sentimos aqui. O Atelier me ensinou o real significado de empatia, até porque o teatro requer muita escuta. Tenho certeza que tudo isso vai me ajudar em muitos sentidos por toda a vida!”, revelou Camilla Malheiros, que há sete anos faz parte da grande família que o Atelier se transformou e, hoje, é um das alunas mais antigas da casa.

Democratização do acesso à arte

As atividades realizadas pelo Atelier de Artes Integradas contemplam os moradores de 51 bairros, distribuídos em cinco grandes regiões, além de duas zonas rurais e dois distritos de uma cidade vizinha. Os números demonstram a efetividade da ação, que cresce a cada ano. Denise Campos, aluna do Atelier desde o começo deste ano, exemplifica a abrangência do espaço. “Eu vi a divulgação de vagas no jornal e eu fiquei interessada em fazer teatro. Eu pensei que essa era a minha chance de fazer algo que eu sempre tive vontade e, ainda por cima, sem pagar nada. Eu convidei minha filha, Raquel, e nós duas frequentamos as aulas agora. Nós estamos gostando muito, perdendo a timidez, aprendendo novas coisas e fazendo novas amizades”.

Oportunidades

Durante a trajetória do Atelier, cursos livre e técnico de Teatro foram oferecidos, bem como aulas de balé e jazz. A ação oportunizou aos alunos conhecerem novas áreas e optarem por buscar a profissionalização. Parte dos alunos seguiu os estudos em conceituadas instituições mineiras de ensino, como as universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Ouro Preto (UFOP), PUC Minas; além da Fundação Clóvis Salgado e do Teatro Universitário da UFMG. É o caso do ex-aluno Marcos Diniz, que integra o elenco do espetáculo do Atelier “A Revolta dos Brinquedos” e, atualmente, cursa Artes Cênicas na UFOP. “Eu fiz os cursos livre e técnico de Teatro e, sem dúvida, isso me deu uma base para a graduação, principalmente teórica. Criamos um grupo de teatro também, Flor de Maio, para dar continuidade à valorização das histórias e o resgate da tradição da cidade”.

Atividades

Com a retomada das atividades em fevereiro, o Atelier promoveu, além das aulas, diversas ações na cidade. Oficina e Exposição de Bonecos, Mostra de Teatro, audição para espetáculos, participação do Programa de Incentivo à Leitura e do Cine Livro, bem como apoio ao espetáculo teatral Flor de Maio e homenagem às mães são alguns exemplos da constante movimentação artística proporcionada ao município. O professor de Teatro Dhü Rocha comenta sobre a importância da inserção artística em uma cidade. “Enquanto professor aprendi a reconhecer nos olhos dos alunos a poesia do cotidiano, a poesia do teatro que cresce. E floresce. O Atelier me convidou a sonhar um sonho que vinha inspirando artistas desde 2006. Um sonho que é realidade para muitas gerações de alunos, professores, familiares e itabiritenses que aprenderam a enxergar a importância de fazer da arte e do teatro uma presença ativa na construção de seres humanos mais sensíveis e mais determinados. Itabirito pode dizer com orgulho que seus filhos têm um lugar para sonhar, criar e transformar suas vidas constantemente com amor, cuidado e esperança. Vida longa aos lindos encontros que a arte proporciona e vida longa à poesia do Atelier!”

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