Audiência Pública debate crise financeira da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto

Ouro Preto,
10 de Dezembro de 2015

Com o objetivo de discutir a atual situação da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveu uma audiência pública no dia 17 de novembro. A dívida de mais de R$ 14 milhões preocupa autoridades não só do município, mas também do Estado, que temem o fechamento da instituição novamente.

Os deputados Glaycon Franco (PTN) e João Alberto (PMDB) foram os autores do requerimento para audiência, e em entrevista à TV Assembléia criticaram a ausência da prefeitura não só na audiência, mas também com relação aos repasses de recursos à instituição, que conta apenas com convênios do município, Estado e União. “Para mim não tem nenhum outro culpado a não ser o prefeito pelo caos que vive a saúde pública. Ele manobrou deixando de fazer repasses a Santa Casa, até que esta, desidratada, não aguentasse e gritasse por socorro”, delatou o deputado se referindo ao prefeito José Leandro.

O diretor do corpo clínico e coordenador do Serviço de Neurologia da Santa Casa, Leonardo Brandão, esteve presente na audiência e reafirmou que a prefeitura deixou de repassar R$ 1,2 milhão ao hospital, entre 2013 e 2015 relativo à contrapartida contratual referente a internações além do pactuado. Ainda segundo o médico, em entrevista a TV Assembléia, o grande problema é a falta de comunicação entre os envolvidos. “A grande questão é a falta de comunicação entre os autores. É fundamental que todos se reúnam e conversem imbuídos do desejo de que a coisa funcione, e que realmente a faça funcionar”, destacou.

Há pouco mais de cinco meses o hospital está sob intervenção judicial, medida solicitada pela atual administração municipal ao Ministério Público (MP) depois que o Pronto Atendimento (PA) ficou fechado por três dias. O que chamou a atenção foi que nenhum representante do executivo, nem do MP estiveram presentes na audiência. A atual interventora, Adriana Aparecida dos Santos, procurada pela reportagem de O LIBERAL preferiu não se manifestar com relação ao assunto, assim como a prefeitura.

Os deputados, autores do requerimento, disseram que vão encaminhar as notas taquigráficas ao MP, ao Tribunal de Contas, e ainda conversar com todos os envolvidos na tentativa minorar a situação.

A Santa Casa

O hospital, que tem quase 300 anos, é o mais antigo de Minas Gerais e o único da cidade. Por dia, são realizados em média 400 atendimentos. A estrutura conta com 70 leitos, sendo com 10 UTI’s.

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