Audiência Pública debate Mobilidade Urbana em Ouro Preto

Ouro Preto,
13 de Maio de 2014

No dia 30 de abril, a Câmara Municipal de Ouro Preto promoveu audiência pública com o tema “Mobilidade Urbana: Visão do Pedestre”, no auditório do IFMG. O encontro foi realizado em cumprimento ao Requerimento nº 24/2014 de autoria do vereador Alysson Gugu (PPS) com o objetivo de discutir avanços quanto aos desafios da acessibilidade e mobilidade considerando especialmente a visão do pedestre. O evento teve a participação de autoridades, especialistas, deficientes físicos, além de professores da UFOP.

“A cidade precisa de uma atenção maior para os seus pedestres. Percebemos que Ouro Preto vem sendo construída pensando cada vez mais nos veículos, e atentamos em abrir uma discussão para alinhar os debates entre os poderes Executivo, Legislativo e principalmente com a participação popular”, destaca o vereador Alysson Gugu, sobre os motivos que o levaram a propor a audiência.

Superando as expectativas dos organizadores, o evento contou com significativa participação popular. Dentre as convidadas estava a cadeirante Eneida Reis, que relatou as barreiras que enfrentada no seu dia-a-dia. “O transporte público não existe para uma pessoa que tem dificuldade de locomoção. Além disso, Ouro Preto tem um complicador terrível que é a questão da arquitetura. Encontramos, por exemplo, degraus em alturas que são intransponíveis”, afirma.

Perante as diversas reclamações relatadas ao longo da audiência, o vereador de Belo Horizonte e autor do projeto Estatuto do Pedestre, Adriano Ventura, destacou algumas soluções que formam inseridas na capital mineira que podem ser úteis em Ouro Preto. “Com o estatuto nós mudamos a situação da cidade. Nas regiões de grande acesso fechamos as ruas suspendendo a passagem de carros e criamos os famosos quarteirões fechados com bares, com locais com logística e opção de lazer. Já nas travessias de pedestres, elevamos o asfalto através de um tijolinho, com isso o motorista tem que diminuir a velocidade do carro naturalmente. Em outros locais da cidade, tiramos as vagas dos carros para melhorar a circulação de pessoas”, enfatiza.

O diretor regional do IPHAN, João Carlos Cruz, destacou a diferença entre cidade real e imaginária, e disse que Ouro Preto precisa passar por grandes modificações. “A ideia do urbanismo de qualidade é ter uma cidade para todos que é quando você diminui a distância entre o que é a cidade real da imaginária. A imagem que eu tenho é que moradores de bairros distantes vão para o centro da cidade prestar um serviço e não vivem a cidade como um todo. Temos que diminuir essa distância e o plano de mobilidade urbana é um instrumento que parte desse processo”, ressalta.

O Comandante da Guarda Municipal, Alexsandro Nunes de Oliveira, destacou a importância da participação da comunidade para a construção de uma cidade melhor. “É impossível pensar em soluções efetivas para uma cidade dinâmica, como é Ouro Preto, sem a participação popular. Acredito que a gente tem dado grandes passos, alcançado alguns avanços, mas muito ainda tem a se fazer”, conclui. O Superintendente de Trânsito em Ouro Preto, Marco Antônio, também elogiou a realização da audiência. “Este encontro teve uma participação efetiva de segmentos da sociedade e ela está de acordo com o que a gente pretende fazer, que é a discussão ampla desse plano de mobilidade”, relata.

Atualmente, Ouro Preto vive o momento de debates sobre a elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana e a iniciativa da Audiência Pública visa que este plano contemple principalmente os pedestres e a acessibilidade, garantindo o direito de ir e vir das pessoas.

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