Bombeiros em Ação: Cerol

Ouro Preto,
30 de Agosto de 2012

Em uma série de quatro reportagens, O LIBERAL entrevista membros da 3ª Companhia de Bombeiros Militar, em Ouro Preto. Na edição passada o assunto tratado foram os incêndios florestais. Os próximos tópicos serão acidentes domésticos e prevenção do pânico. Nesta semana, cerol.

Como de conhecimento público, cerol é um mal que causa acidentes, os quais diversas vezes resultam em mortes. Principalmente nessa época de férias escolares, de tempo seco e de ventania, todos juntos, é quando os riscos de acidente aumentam. Isso porque, assim como no caso das queimadas, relatado semana passada, as crianças tendem a ficar desocupadas com o recesso. Juntando-se a esse fator, as condições favoráveis do tempo são um estímulo para que se soltem pipas. Assim, a 3ª Companhia do Corpo de Bombeiros dá dicas para a sua segurança.

De acordo com o sargento Luciano os casos de acidente concentram-se de “julho a agosto” e também de “dezembro a março”, devido “às férias escolares”. O problema do cerol provem da disputa de “quem corta mais pipas”, explica. Com isso, aquelas que foram perdidas e que contêm o líquido cortante, ficam presas em “lajes e vias públicas”, colocando a vida de ciclistas e principalmente, motociclistas, em risco. Isso pelo fato de sofrerem cortes quando, em alta velocidade, acabam ocorrendo lacerações, ao se entrar em contato com as linhas.

Duas dicas que os bombeiros dão para os motociclistas, é que usem antenas frontais, em suas motos, e que usem uma proteção específica de pescoço, já que ambos impedem as linhas de entrarem em contato com a pele. Entretanto, por causa de questões estéticas, tendem a não usar o primeiro item, que é o “mais eficiente”, segundo o sargento Luciano, o que é confirmado pelo tenente Júlio César. Para ele, a prevenção é importante, “a maioria dos cortes é no pescoço”. Para as crianças, a prevenção é “soltar pipas sem cerol”.

Outra situação, menos corriqueira, mas que também causa acidentes, é a possibilidade de choque elétrico. De acordo com o tenente, quando a “linha tem caráter metálico” e entra em contato com a rede, pode resultar em choque para quem tocá-la. Os bombeiros relatam que as crianças costumam utilizar fio cobreado, que se obtêm com bobinas de material eletrônico. Pelo fato desse material ser “mais resistente”, quem solta pipas evita assim ser facilmente cortado. Em compensação, sua vida fica seriamente exposta a riscos.

Treinamento de Brigadas

Além de atuar nas diversas frentes preventivas, como contra o Cerol, os Bombeiros também realizam parcerias para melhorar sua capacidade logística e de recursos humanos. Uma delas, entre o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e as secretarias estaduais de Cultura e Turismo promove a formação de brigadas de combate a incêndios para atuar em cidades históricas mineiras. Os treinamentos começaram na terça-feira (21), em Ouro Preto. Este é o terceiro município, que abriga extenso patrimônio cultural, a formar brigada. Já aconteceram treinamentos em Diamantina e São João Del Rei e no final de outubro será em Tiradentes.

As quatro cidades históricas foram identificadas pelo Ministério do Turismo como Destinos Indutores, municípios com maior e melhor infraestrutura e com um conjunto de atrativos qualificados. O Corpo de Bombeiros é responsável pela execução do curso, que será destinado a funcionários de museus, casas de cultura e outros locais tombados pelo patrimônio histórico. A expectativa é de que cerca de 120 brigadistas sejam treinados até outubro.

O treinamento de brigadas, além de atender a uma exigência legal, representa um incremento na política de prevenção disseminada pelo Corpo de Bombeiros. O Estado possui a maior brigada de incêndio do país, com mais de 1.600 integrantes capacitados para atuar em situações de emergência, como primeiros socorros e combate a princípios de incêndio.

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