Cai Dilma, ascende Temer

Ouro Preto,
13 de Maio de 2016

Em longa decisão que varou a madrugada de ontem, quinta-feira, o senado brasileiro admitiu o impedimento da presidente da república, já afastada, Dilma Rousseff (PT). Em seu lugar assume, interinamente, o vice-presidente Michel Temer (PMDB). Em um prazo de até 180 dias, será configurado ou não em caráter definitivo o impedimento. A presidente responde por crime de responsabilidade no episódio das chamadas “pedaladas fiscais”, e ainda pela abertura de créditos ilegais, pois careceriam de autorização adequada.

O fim de um mito

O episódio é a pá de cal no “mito do PT” como partido da mudança e da honestidade. Alçado ao posto máximo do executivo nacional em 2003, após a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para presidente, o PT chegou ao poder com uma aura de honestidade e mudança que rapidamente se esfacelou em episódios como o “Mensalão”, que distribuía propinas em troca de apoio do Congresso Nacional, e o “Petrolão”, que desviou recursos da Petrobrás, uma das maiores estatais de petróleo do mundo, para favorecer interesses do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores. Antes mesmo da acusação que culminou em seu impedimento, Dilma Rousseff foi maculada pela compra superfaturada de uma refinaria em Pasadena, EUA, durante sua participação como conselheira na Petrobrás, e mesmo pelas suspeitas de uso de dinheiro desviado da petrolífera para catapultar sua campanha à reeleição em 2014.

Acima de tudo, o fisiologismo do PT se mostrou tão torpe quanto o de outros partidos que chegaram antes, e finalmente, junto foi a reputação dos ditos “movimentos sociais” como MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) de sindicatos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou instituições como a UNE (União Nacional dos Estudantes) que se revelaram meros asseclas acríticos aos crimes de seus fiadores, e mesmo financiadores, sem encontrar respaldo no povo que arrogavam representar; aliás, povo esse que saiu aos milhões nas maiores manifestações registradas em tempos de paz no país, demonstrando a crescente insatisfação ante a profunda recessão econômica, lançando a aprovação popular ao governo a meros 7%, segundo dados do Instituto Data Folha.

A narrativa do golpe

Em um afã defensivo o PT vem criando uma narrativa de que a ação do Congresso Nacional seria golpista, ignorando que é justamente o congresso a instância jurídica última para julgar a legitimidade ou não de uma presidente, como determina a constituição. O próprio Ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Teori Zavascki vem confirmar isso, ao negar pedidos feitos com intuito de reverter o impedimento, iniciativas da Advocacia Geral da União.

Cai Dilma, ascende TemerCai Dilma, ascende Temer
Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook