Coral Libre Cantare de Itabirito reclama falta de repasse do executivo

Itabirito,
17 de Dezembro de 2012

Mesmo com 11 anos de existência, o Coral Libre Cantare, que já recebeu diversos prêmios e viajou por várias cidades e estados brasileiros levando o nome de Itabirito, tem enfrentado desafios devido à falta de valorização e respeito por parte da administração municipal, denuncia a direção do grupo.

Em novembro, a entidade precisou usar a Casa de Cultura Maestro Dungas para realizar a apresentação de comemoração do seu décimo primeiro aniversário. Segundo o Coordenador Geral do Libre Cantare, Flávio Bastos, o Maestro Leandro Dantas havia agendado com a equipe que trabalha na Casa de Cultura a data do dia 03 de novembro, porém, “depois de terem confirmado a disponibilidade e agendado a apresentação, nas vésperas dela acontecer disseram que não tinha como disponibilizar profissionais para trabalhar naquele dia, porque haviam cometido um equívoco e esquecido que a equipe que dá apoio aos eventos emendaria o feriado do dia 02”. Como a apresentação já tinha sido divulgada e estava tudo organizado, o Maestro explicou a situação e pediu para que fosse respeitado o combinado.

A Prefeitura mobilizou, então, um sonoplasta e um segurança para acompanhar o evento, mas não escalou ninguém para fazer a limpeza. Na sexta-feira, 02 de novembro, o Maestro e seus alunos chegaram ao local para o ensaio geral, e se depararam com o abandono do espaço que, de acordo com Flávio “parecia não ser limpo há anos”. O cenário que ganharia fundos coloridos e imagens de caleidoscópios para um belíssimo espetáculo estava com as cortinas rasgadas, bancos quebrados, lixo no chão, luzes queimadas, banheiros imundos, e até pregos espalhados no chão do palco, conforme imagens que foram registradas e cedidas à equipe do O LIBERAL. Flávio conta que foi um susto muito grande. “Jamais imaginávamos encontrar a Casa de Cultura que, há três anos era uma referência, naquele estado”.

Os próprios integrantes do Coral tiveram que se mobilizar em mutirão para limpar e arrumar o espaço. “Nós tivemos que dar uma geral. Até o segurança nos ajudou a limpar”. O susto foi ainda maior quando começou a chover e apareceram várias goteiras, inclusive no palco. Mesmo com o descaso para com todas as pessoas envolvidas no trabalho para com o coral, e a falta de manutenção do espaço, a apresentação foi um sucesso.

Prefeitura não fez repasse de verba

Entretanto, esse não foi o primeiro caso de “desconsideração” por parte do executivo, segundo o coordenador geral Flávio Bastos. Ele relata que a entidade é mantida por verbas concedidas através de projetos que são aprovados por Fundos de Apoio e pela Lei de Incentivo à Cultura. E explica que a verba de subvenção que é repassada pela Prefeitura para ajudar na manutenção e aquisição de equipamentos, pagamento das despesas como aluguel, conta de água, luz e telefone ainda não foi depositada neste segundo semestre. “Essa é uma verba fundamental para a manutenção do grupo”, desabafa.

Ainda que ligue quase diariamente para questionar sobre a liberação da verba, o Coordenador afirma que não obtém retorno. A alegação da Prefeitura é de que o Coral não apresentou prestação de contas, o que Flávio Bastos contesta, uma vez que é condição para o repasse, e a fiscalização é rigorosa. Ainda segundo ele, “a documentação já foi entregue três vezes, protocolada, e até agora não fizeram o depósito”.

O Libre Cantare oferece aulas gratuitas de técnica vocal, bastando apenas o interesse e paixão pela música. O trabalho tem feito a diferença na vida de muitos jovens que, além de cantar, encontraram na arte uma motivação para construir um futuro de sucesso.

Atualmente o Coral possui 37 integrantes divididos em grupos, um juvenil e outro infantil que, além de cantar, recebem aulas de musicalização e técnica vocal. A partir de 2013 serão abertas turmas de aula de violão e flauta transversal. A verba de subvenção garante ao Coral a possibilidade de expansão das atividades e a melhoraria da estrutura. Hoje, mais de 300 jovens e crianças aguardam na lista de espera a possibilidade de integrar o coro. “Por isso, precisamos de uma sede própria e de apoio para melhoria da nossa estrutura. Queremos propiciar mais oportunidades para nossos jovens e crianças e levar ao nosso povo espetáculos de qualidade”, finaliza Flávio.

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