Defesa de Chico da Farmácia sustenta sua inocência

Mariana,
27 de Maio de 2016

Após a prisão de Francisco de Assis Ferreira Carneiro, acusado de ser o mandante do assassinato do ex-prefeito de Mariana, João Ramos Filho, o jornal O LIBERAL divulgou em sua última edição (1193) que este já estaria condenado. A informação, entretanto, não procede. Francisco Carneiro, mais conhecido como Chico da Farmácia, irá a julgamento (se nada impedir) em agosto deste ano. De fato, quem está condenado é Leonardo Stigert da Silva (foragido) e Guaracy Goulart Moreira (também foragido) os assassinos diretos de João Ramos Filho.

Para a assessoria jurídica de Francisco Carneiro, ele é inocente e a “...prisão do mesmo, ocorrida na última sexta-feira (dia 13 de maio de 2016) se deu em razão de um mandado de prisão preventiva que estava em aberto e que determinou que ele deveria aguardar o seu julgamento recolhido na prisão. Portanto, seus advogados esclarecem que o ‘Chico da Farmácia’ nunca foi condenado por nenhum crime, até porque o seu Júri ainda vai ocorrer no dia 29 de agosto de 2016 em Belo Horizonte.

A assessoria ainda deixa claro que considera a prisão preventiva ilegal, injusta e arbitrária, pois ‘Chico da Farmácia’ tem plenas condições de aguardar o seu julgamento em liberdade, de acordo com o que preceitua o Código de Processo Penal, posto que nunca ameaçou testemunhas e nem atrapalhou o andamento do seu processo, logo, não havia razão para a sua prisão preventiva depois de tanto tempo - tudo não passa de uma perseguição desnecessária. Informa-se ainda que já existe um Recurso Ordinário em Habeas Corpus tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília para anular a prisão preventiva de “Chico da Farmácia” que deverá ser julgado nos próximos dias. Por fim, reitera-se a certeza na inocência de Chico e a esperança de que o STJ em Brasília fará justiça e anulará a prisão preventiva”.

Relembre o caso

O ex-prefeito, João Ramos Filho, foi executado com quatro tiros em maio de 2008. O carro da vítima foi abordado por dois homens que estavam em uma moto na MG-262, quando Ramos retornava de posto de combustíveis de sua propriedade. O homem que estava na garupa sacou uma arma e atirou várias vezes contra o ex-prefeito, que foi baleado quatro vezes.

A polícia começou a investigar o caso como latrocínio – roubo seguido de morte – mas afastou a hipótese depois que foram encontrados R$ 1,6 mil em dinheiro no bolso da calça de João Ramos. A investigação apontou que Francisco de Assis Ferreira Carneiro, o Chico da Farmácia, teria encomendado a morte de João Ramos, como modo de melhorar suas chances eleitorais no pleito municipal de 2008, pelo qual concorreria (Carneiro viria a concorrer novamente, nas eleições de 2012). À altura de sua morte, João Ramos liderava pesquisas de intenção de voto.

Após dois meses de investigação, os três suspeitos pelo crime, Leonardo Stigert da Silva, Guaracy Goulart Moreira e Chico da Farmácia foram presos nas cidades de Leopoldina e Juiz de Fora, sendo liberados em 2009. O processo dos três foi desmembrado em 29 de maio de 2014 pelo juiz Glauco Soares, tendo em vista a complexidade para julgar os acusados.

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