Delphi fecha fábrica em Itabirito e demite mais de 800 funcionários

Itabirito,
23 de Março de 2015

Mais um empreendimento foi atingido pela crise na região dos Inconfidentes. Desta vez a empresa que já fechou suas portas, muito silenciosamente, foi a Delphi, em Itabirito. Operando na cidade desde 1995, a fábrica de chicotes elétricos já demitiu cerca de 800 funcionários. A Delphi afirmou que os que ainda estão trabalhando, permanecem na empresa devido às necessidades do cronograma de consolidação da operação, conforme planejamento.

A reportagem tentou diversos contatos com a diretoria da empresa, recebendo apenas uma pequena nota, contraditória sobre o assunto, declarando que: “após ter estudado a continuidade sustentável de seu negócio de chicotes elétricos na região da América do Sul, a Delphi anunciou a decisão de consolidar a operação da fábrica em Itabirito, em Minas Gerais, com o objetivo de manter a competitividade do negócio e poder melhor atender aos seus clientes”. Acredita-se que a empresa estaria se referindo à cidade de Paraisópolis, que segundo algumas fontes, incluindo o vereador Maximiliano Fortes, seria o alvo de transferência do maquinário. A cidade, localizada na Serra da Mantiqueira, já possui uma filial da empresa.

Uma ex-funcionária da fábrica, demitida no início deste ano, contou que houve algumas conversas com os funcionários para explicar o fechamento da Delphi em Itabirito. “Em uma conversa foi informado que a empresa não teria mais viabilidade econômica de se manter na cidade, tendo assim que finalizar as operações no município”, afirmou a ex-funcionária, que preferiu não se identificar.

O acordo do sindicato

Em Ouro Preto, uma situação semelhante envolvendo a Novelis culminou em um acordo histórico entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânica e de Materiais Elétricos de São Julião, os trabalhadores e a fábrica de alumínio. Após o sindicato mover várias ações para reverter a situação, a Novelis teve que desembolsar mais de R$20 milhões de indenizações trabalhistas.

Já em Itabirito, segundo o Procurador Jurídico do Sindicato da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas de Material Elétrico de Minas Gerais (Femetalminas) Adimar Teixeira Pedrosa, cerca de 800 trabalhadores ficaram sem a fonte de renda. Para tentar diminuir o impacto das demissões, o advogado esclareceu que houve diversas conversas entre o sindicato e a Delphi, inclusive acionamento do Ministério Público para cerrar um acordo. “Nós conseguimos fixar seis meses de cestas básicas, assim como três meses de meio salário nominal e plano de saúde para os funcionários que foram demitidos desde janeiro”, explicou Adimar.

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