Dislexia prejudica o aprendizado dos jovens no ambiente escolar

Mariana,
05 de Agosto de 2014

Uma preocupação dos pais e professores é o rendimento escolar dos jovens e crianças. Apesar dos métodos inovadores nas práticas pedagógicas, agora também oferecidas com o suporte da tecnologia, alguns alunos apresentam um desempenho de aprendizagem inferior a outros da mesma idade escolar e acabam sendo vistos como preguiçosos e negligentes. Esses comportamentos podem indicar que a criança tem dislexia, um distúrbio que afeta a capacidade de ler e escrever. De acordo com o Instituto ABCD, organização social voltada a jovens com dislexia e outros problemas de aprendizagem, a condição afeta cerca de 5% da população brasileira.

Segundo a professora Isânia Silva Santos, a principal dificuldade enfrentada em sala de aula é a ausência do acompanhamento familiar que resulta no baixo entusiasmo e importância que os alunos dão aos estudos. “No ambiente escolar o reflexo disso é muito claro, alguns alunos não têm a noção básica da escrita e leitura e, por conseqüência, demonstram carência na interpretação do conteúdo”, relata a professora do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) da Escola Estadual Padre Viegas, localizada no distrito de mesmo nome em Mariana. A professora também alega que há alunos que assimilam e conseguem desenvolver as atividades propostas com mais agilidade e outros não desenvolvem nem o domínio básico de como saber o que fazer. “Infelizmente, fala-se pouco sobre dislexia entre os professores, talvez entre os professores que atuam no Infantil e Fundamental I aconteça uma discussão mais aprofundada sobre o tema, caso em que essas situações podem ser mais perceptíveis” acrescenta Isânia.

O diagnóstico de uma criança disléxica pode ser feito apenas a partir da alfabetização e não há cura específica para a dislexia. No entanto, o tratamento feito com fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos pode garantir uma vida normal aos portadores do transtorno. “A criança pode seguir sua vida escolar sem problemas, mas a leitura e a escrita vão exigir um esforço maior. A ciência ainda tem muito a dizer sobre a alfabetização, acredito que o tema acaba sendo mal compreendido e controverso no Brasil”, esclarece a psicóloga Ângela Pinheiro, especialista em psicologia educacional e cognitiva.

Conheça mais sobre a Dislexia

Entre os dias 17 e 20 de agosto, Belo Horizonte será sede da segunda edição do World Dyslexia Forum (IIWDF-2014). Direcionada aos profissionais e estudantes das áreas da saúde e educação, a programação do II Fórum Mundial de Dislexia inclui palestras, grupos de discussão e workshops que abordarão a educação lingüística e o treinamento de professores para identificar e ensinar crianças disléxicas. Serão 15 palestrantes brasileiros e 30 de outros países.

A iniciativa será realizada na Universidade Federal de Minas Gerais, oferecendo aos participantes a oportunidade de trocar informações e experiências, além de debater a viabilidade de políticas públicas relacionadas ao tema. Em 2010, a primeira edição do evento ocorreu na França, dando início a uma série de cinco eventos que serão realizados em regiões designadas pela UNESCO. Mais informações e inscrições pelo site dislexiabrasil.com.br/wdforum2014/ ou pelo telefone (31) 3409-4220.

Dislexia prejudica o aprendizado dos jovens no ambiente escolar - Foto de Rafael Melo
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