Érika Passarelli é condenada a 17 anos de prisão por planejar a morte do pai

Itabirito,
18 de Fevereiro de 2014

A ex-estudante de direito está presa desde 2012, quando foi encontrada numa casa de prostituição no Rio de Janeiro

Após um júri popular de aproximadamente 17h, Érika Passarelli foi condenada a 17 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por arquitetar a morte do próprio pai, Mário José Teixeira Filho, então com 50 anos, em 2010. A sentença foi lida pelo juiz Antônio Francisco Gonçalves na madrugada da última terça-feira (11) que destacou que Érika não é ré primária e que a maioria do júri votou favorável às acusações. O julgamento aconteceu no Fórum Edmundo Lins, em Itabirito, município onde o crime ocorreu.

A estratégia da defesa foi destacar o convívio familiar de Érika, principalmente sua relação com o pai, que segundo ela seria de muito carinho mútuo. Como testemunhas de defesa foram ouvidos o corretor de seguros, Marcelo de Souza Almeida, o amigo da família da ré, Carlos Manuel Rosa, e o médico Fernando Drumond Teixeira, namorado da mãe da acusada. A defesa ressaltou ainda o histórico de crimes praticados pela vítima, que foi presa diversas vezes e respondia a inúmeros processos, o que poderia configurar motivação para o assassinato.

Ériká não respondeu às perguntas do Ministério Público, que segundo ela eram apenas encenações. “Eu não irei responder as perguntas do promotor, pois penso que são apenas holofotes. Estou aqui para provar minha inocência. Eu quero justiça”, afirmou.

O Ministério Público se mostrou satisfeito com o resultado, mas afirma que a pena poderia ser mais dura. “Ela terá de cumprir apenas ? da pena e ter bom comportamento para alcançar a progressão de regime. Apesar de achar que a condenação seja pequena, respeito a lei e acho que a Justiça foi feita com esta condenação. Como cidadão eu acho muito pouco”, afirmou o promotor Cristian Lúcio da Silva. Já a defesa entrou com recurso de apelação e irá aguardar a resposta do Tribunal de Justiça sobre a realização de um novo julgamento.

Relembre o caso

Teixeira Filho foi encontrado morto em agosto de 2010, na altura do Km 34 da BR-356, em Itabirito, com três tiros na cabeça, dentro de um carro. Ele seria esteliontário e teria planejado um golpe contra seguradoras, em que a filha seria beneficiária, e receberia a quantia de R$ 1 milhão. O plano dos dois seria forjar a morte dele e dividir o dinheiro, mas após um desentendimento Érika teria mandado matar o pai.

Outros dois acusado de participar do crime, o ex-namorado de Passarelli, Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, 19, e o sogro, o cabo da Polícia Militar, Santos das Graças Alves Ferraz, de 47, também respondem pelo crime, mas em liberdade.

Devido ao desmembramento do processo, pai e filho serão julgados em outra ocasião. Segundo o Tribunal de Justiça ainda não há previsão da data do julgamento.

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