Falta d’água e cadáveres encontrados próximos à captação revoltam bairro Pocinho

Ouro Preto,
12 de Janeiro de 2015

Moradores realizaram três protestos no decurso da semana, indignados com questão da água

O bairro Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto, mais conhecido como Pocinho, ficou em polvorosa ao longo da semana. Na noite de segunda-feira, 05/01, moradores queimaram pneus, bloqueando o trânsito na BR-356, pouco abaixo da Cooperouro. Polícia e Bombeiros ficaram a postos nas imediações, enquanto populares protestavam contra a falta d’água intermitente, que já dura 3 meses. Naquele momento, já iam três dias completos sem uma gota nas torneiras. O natal e o ano novo foram vivenciados do mesmo modo.

Para José Camilo das Dores, o Camilo Caminhoneiro, uma das lideranças do bairro e morador do local desde 1965, há necessidade de um morador local manejar a água. “Quando havia alguém do bairro observando a situação local, nunca faltava água, mesmo em período de seca”, protesta. Ainda de acordo com Camilo, a Rua José Caram é a mais afetada.

Corpos encontrados em captação

Já na terça-feira, 06/01, novo protesto eclodiria, dessa vez, motivado por corpos encontrados na região da captação que deveria abastecer o local. Os cadáveres já estavam em estado avançado de putrefação. O Semae-OP (Serviço Municipal de Água e Esgoto) soltou comunicado informando que não houve contaminação da água, mas a população local não se convenceu. “Mesmo que os corpos não estivessem totalmente dentro da água, se o nível tiver subido, a água passou por eles. Há quanto tempos eles estavam ali? Falta fiscalização. Além disso, a nossa captação (do Itacolomi) é de água apenas clorada e que vem por gravidade, a água tratada da ETA Itacolomi, que abastece outras regiões, também é suspeita, pois banhistas a utilizam a todo momento, especialmente aos domingos, será que o Semae tem noção disso?”, questionam os moradores.

Na quarta-feira, 07/01, outro protesto se iniciaria, mais contido e logo encerrado, após mediação pela Polícia Militar, seguido de rescaldo, pelo Corpo de Bombeiros, dos pneus incendiados que ocuparam apenas meia-pista daquela vez.

“Compreendemos que fechar a rodovia é ruim. Mas é uma questão de dignidade. Agora, esperamos poder criar uma comissão para conversar com o prefeito e viabilizar soluções”, arrematou Camilo Caminhoneiro.

Edição em 12/01/2015: na tarde de quinta-feira 08/01, e durante a sexta-feira 09/01, a comunidade do Pocinho tornaria a protestar, com mediação e dissolução dos protestos, novamente, pela Polícia Militar.

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