Filicida e estuprador morre na Delegacia de Ouro Preto

Ouro Preto,
15 de Julho de 2014

O criminoso Edmar Cláudio Vilaça teria se suicidado em uma das celas da Delegacia da Polícia Civil na tarde da quarta-feira (9) onde estava preso no aguardo de oitivas após acusação de perpetrar estupro, ocorrido na madrugada de quarta-feira (9). Edmar já tinha histórico criminal pesado, sendo que em 2006 fora condenado por matar a própria filha de dois anos, usando uma faca de serra. O assassino se encontrava em liberdade por benefício da progressão de regime.

Segundo a delegada do inquérito, Adriana Ferreira Pereira, Edmar se encontrava em cela separada dos demais, considerando ânimo extremamente alterado, e segundo depoimento de outros detentos o mesmo já anunciava que não iria ser preso e preferia se matar. “Como ele estava muito alterado, foi colocado sozinho na cela, porém outro detento, em depoimento, afirmou ter passado um cobertor para ele, que foi utilizado para o auto-extermínio”, afirma a delegada. “Na cela, os detentos são privados de qualquer tipo de objeto para evitar esse tipo de atitude”, completa a delegada.

Segundo informações da delegada, Edmar chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e Samu para os primeiros socorros, e foi feita até mesmo massagem cardio-respiratória para tentar ressuscitá-lo, mas sem efeito. “Nós vamos colher os testemunhos de todos que estavam aqui presentes para saber o que realmente aconteceu, alguma informação que possa ajudar nas investigações. Mas ao que tudo indica, foi auto-extermínio mesmo, e o preso tinha intenção de se suicidar, como foi informado por um dos conduzidos que estava aqui detido”, explica Adriana Ferreira.

O resultado das investigações deve sair dentro de 30 dias.

Estupro e mais uma tentativa de homicídio contra outra filha

Na madrugada do dia 9, por volta das 3h, a Polícia Militar de Ouro Preto recebeu uma denúncia de uma mulher de 49 anos, que teria sido estuprada no bairro Barra. Segundo a vítima, o homem, de 37 anos, lhe ofereceu carona em seu veículo. A mulher entrou no carro, mas foi surpreendida com mudança no trajeto, obrigando a vítima a ir para a casa do motorista, onde ela foi violentada e ameaçada de morte. Segundo informações policiais, após o estupro, quando o autor foi ao banheiro, a vítima teria ligado para uma irmã, que avisou a polícia. Devido à falta de informações, pela ligação ter sido rápida, a PM não conseguiu dados suficientes para socorrer a vítima. A mulher, entretanto, conseguiu convencer o autor a liberá-la, e daí, conseguiu acionar a polícia.

Quando os militares chegaram ao local, o autor já não se encontrava mais na residência, mas após rastreamento, a PM recebeu uma denúncia de que o mesmo estaria na casa de uma ex-mulher, com quem tinha uma filha, de 16 anos.

Segundo a ex-mulher, o autor a ameaçou de morte, assim como o namorado e sua filha, por não deixá-lo se esconder na casa. Logo, este se evadiu do local, mas os militares conseguiram prendê-lo no bairro Antônio Dias.

Relembre o caso de 2006

Em fevereiro de 2006, Edmar, então com 28 anos de idade, matou a própria filha de dois anos, com um golpe de faca no pescoço da infante, motivado por ciúmes pela ex-mulher. O crime chocou profundamente a comunidade. O assassino desferiu também 12 facadas contra a mãe da criança, que conseguiria sobreviver.

Mesmo depois de agredida e esfaqueada, a mãe da criança conseguiu fugir e ser socorrida por vizinhos. Após a fuga da mulher, policias foram acionados e cercaram a casa, tentando negociar a rendição do acusado, que após seis horas tentou escapar, pulando pela janela do 2° andar da casa, mas sem sucesso na empreitada de fuga. Quando a polícia entrou na casa, verificou que a criança já estava morta desde pelo menos as seis horas que duraram o cerco.

Na época, os policiais tiveram trabalho para conter a população no momento da prisão do acusado, pois muitos queriam linchá-lo, revoltados com o doentio episódio.

Em seu depoimento, Edmar tentou colocar a culpa do assassinato na ex-mulher, afirmando que a mesma teria usado a menina como escudo, para se proteger. Entretanto, a hipótese foi descartada, já que a agressão contra a mulher se tratava de corte transversal e não pontiagudo, como explicou a perícia à época.

Edmar foi a júri popular e condenado em novembro de 2006, mas já se encontrava em liberdade por progressão de regime.

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