Greve geral das federais fecha a BR-356

Ouro Preto,
05 de Julho de 2012

Técnico-administrativos, professores e alunos de universidades protestam em Ouro Preto e arrancam da Andifes o comprometimento nas negociações com o governo

Dando continuidade a uma extensa agenda de mobilizações, técnico-administrativos, estudantes e professores em greve de diversas universidades do país fecharam, nesta semana, a BR-356, em Ouro Preto. O ato foi organizado pelo Sindicato ASSUFOP, na segunda-feira, 25, com apoio de caravanas de diversas regiões do país. Os manifestantes se concentraram nas proximidades do hotel Estalagem das Minas Gerais, onde os reitores meditaram a fim de eleger a nova diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, a Andifes, atualmente sob a presidência do reitor da Ufop, professor João Luiz Martins. As greves dos professores e técnicos das universidades começaram no dia 17 de maio e 11 de junho, respectivamente. Já nos institutos federais, a greve dos técnicos foi iniciada no dia 13 deste mês.

Em acordo com a Polícia Militar Rodoviária, por volta das 15 horas os manifestantes fecharam a via nos dois sentidos, por aproximadamente 15 minutos. O protesto contou com a participação de cerca de 450 representantes das Universidades de Ouro Preto (Ufop), Minas Gerais (Ufmg), Lavras (Ufla), São João del-Rei (UFSJ), Juiz de Fora (UFJF), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Fluminense (UFF) e dos sindicatos Adufop, Sinasefe (IFMG), Sindifes (Instituições Federais de Ensino). Uma comissão representada pelos três segmentos – alunos, técnicos e professores – entregou uma “Carta Aberta à Andifes”, cobrando um maior compromisso da Andifes quando às principais reivindicações do movimento. Já na terça-feira, 26, os reitores receberam os representantes da Fasubra (Federação dos técnicos) e da Andes (Federação dos Docentes) a fim de discutir a retomada das negociações com os ministérios da Educação e do Planejamento.

A pauta de técnico-administrativos consiste no aumento salarial, correção das distorções do plano de carreira, reposicionamento dos aposentados, aumento linear de 22,4%, etc. Segundo Sérgio Geraldo Neves, vice-presidente da Assufop, “desde 2010 o governo federal não apresenta uma proposta à classe, por isso, continuaremos mobilizados para chamar a atenção da sociedade, a fim de iniciarmos as negociações com vistas à autonomia das universidades e à reposição salarial”. A professora da Ufop, Ednéia Alves de Oliveira, diz que o posicionamento público dos reitores é fundamental às reivindicações dos docentes. “A Andifes poderá ser o elo entre o movimento e o governo federal na luta por melhores condições de trabalho, reestruturação do nosso plano de carreira e garantia de 10% do PIB para a educação”, diz. Já o aluno da Ufop, Giuseppe Rindoni, assinala que “a mobilização unificada também serviu para chamar a atenção da sociedade para as poucas garantias de permanência do aluno na universidade pública”.

Ao receber as lideranças do movimento, o reitor João Luiz Martins destacou que a Andifes vem se empenhando na busca de soluções aos problemas enfrentados pelas universidades. “A Andifes está com o movimento grevista na defesa de melhorias nos planos de carreira, salarial e na educação, e por isso, levaremos essas reivindicações ao governo federal”, garantiu. Na quinta-feira 28, houve um ato público em Belo Horizonte, em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com a presença de estudantes, servidores e professores, de todas as federais mineiras em defesa da universidade pública. Atualmente 57 universidades do país estão em greve.

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