Homem morre por falta de socorro em Mariana, afirma família

Mariana,
09 de Junho de 2017

Prefeitura e Polícia Civil investigam o caso

A morte de um jovem no bairro Cabanas, em Mariana pode ter relação com a falta de assistência médica na Unidade Básica de Saúde do referido bairro. De acordo com familiares e testemunhas, Lucas Felipe de Souza, de 19 anos, passou mal em casa e com a demora do SAMU, o jovem foi levado até a UBS do bairro por um motorista de transporte clandestino. No local, eles foram informados que não havia mais atendimento, que era até 21h. O jovem foi levado por um bombeiro civil para a Policlínica em frente a Arena Mariana, mas segundo testemunhas, Lucas já estaria sem vida.

Muito criticado na cidade, acabou sendo o serviço de transporte clandestino que teve sucesso em fazer o deslocamento de Lucas até a UBS, pois a ambulância demorou no socorro. O motorista, Alessandro de Paula, e testemunhas, contam que foi negado atendimento à vítima. “Perguntamos se havia médico no local, disseram que não, que já tinham encerrado os atendimentos. Só que minutos depois saiu uma mulher, que disse que estava em consulta médica. Logo em seguida saiu o médico e uma enfermeira”, declara o motorista. “Isso é um absurdo, é uma irresponsabilidade. Temos que denunciar para que não aconteça com outras famílias e que os irresponsáveis sejam punidos”, completa Alessandro, que presenciou todo o ocorrido e reafirma que foi negado o socorro.

A mãe de Lucas, muito abalada, conversou com a nossa reportagem, e fez um pedido às autoridades municipais. “O apelo que faço é para que a secretária de Saúde coloque pessoas humanas para trabalhar. Talvez, se o médico tivesse dado os primeiros atendimentos, meu filho estaria aqui hoje comigo”, lamenta Dona Lúcia. “Que o médico não faça com outros o que fizeram com meu filho”, suplica a mãe, que conta que de acordo com o atestado de óbito, a causa da morte foi infarto.

O secretário de Saúde, Danilo Brito, disse à nossa reportagem que a prefeitura abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as responsabilidades de cada envolvido. “O que nós sabemos foi o que divulgaram pelas redes sociais. Os servidores afirmam que eles chegaram após as 21h, quando a UBS já estava fechada. Agora todos os envolvidos estão sendo ouvidos para que se apure o que realmente aconteceu e que se for o caso, que os responsáveis sejam punidos”, declarou Brito. Ainda segundo o secretário a unidade chega a fazer 16 mil atendimentos e nunca houve reclamações anteriores ao fato. O caso também é investigado pela Polícia Civil.

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