Igrejas históricas de Itabirito passam por reformas

Itabirito,
25 de Agosto de 2017

_Comunidade participa das obras _

Depois de muita luta e persistência, que durou mais de 15 anos, moradores do Acuruí e de São Gonçalo do Monte, distritos de Itabirito, comemoram o início da restauração de três igrejas das localidades: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário e São Gonçalo do Monte. O trabalho é resultado de parcerias entre a comunidade, a Paróquia de São Sebastião, Instituto Yara Tupynambá, prefeitura e Ministério Público.

Em Acuruí, a igreja de Nossa Senhora da Conceição já está em fase final, tendo previsão de entrega em outubro deste ano. Logo após, será a vez da igreja de Nossa Senhora do Rosário, também em Acuruí, e em seguida a igreja de São Gonçalo do Monte, no distrito que leva o mesmo nome.

As obras são a realização de um sonho antigo da população. A iniciativa é resultado da perseverança dos moradores que lutaram pela restauração dos templos. Após procurar o Ministério Público, por intermédio da promotora Vanessa Campolina conseguiu-se a liberação de R$ 1 milhão para início das obras, e a prefeitura entrou com o auxílio de R$230 mil. “É uma grande conquista. Já estávamos desistindo da restauração, quando minha última opção foi procurar o Ministério Público, por indicação do secretário de Cultura (Ubiraney Figueiredo). Foi uma alegria muito grande ver que a justiça abraçou nossa causa. Se isso está acontecendo hoje, é por causa de um conjunto de pessoas, da união e da persistência”, destaca emocionada Sirley Pena, ex-presidente da Associação Comunitária do Acuruí. “Quando a comunidade quer, as coisas acontecem. Quando há vontade e persistência, há vitória”, comemora Fonseca, que também obstinou nas reformas dos templos.

Arrecadação de recursos

Mesmo com os valores já arrecadados, a verba não cobrirá todos os gastos, por isso, a Paróquia de São Sebastião promove a exposição “Da Arte Urbana às Galerias”. A mostra pode ser visitada das 9h às 21h, no Salão dos Ferroviários da Praça da Estação, até dia 31 de agosto. O evento contempla réplicas das obras de artistas como Ataíde Miranda, Gud Assis, Hely Costa, John Viana, Nilo Zack e Scalabrini Kaos A verba arrecadada será destinada às reformas. Grande incentivador do projeto, o Padre Edmar José da Silva, pároco da paróquia de São Sebastião, enfatiza que, “além de arrecadar fundos, é um evento de fomento à cultura e a arte da cidade. As pessoas que adquirem uma dessas obras de arte estão ajudando na restauração dos templos”.

Nossa Senhora da Conceição

Esse ano a igreja comemora 300 anos. A previsão é de muita festa para a (re)inauguração do templo, que deve ser entregue antes da festa, que acontece dia 8 de dezembro. No passado, a igreja foi interditada com muitas trincas, com alguns sedimentos, movimentações e, ao iniciar os trabalhos de reparos e vistoria, o professor do instituto Yara Tupynambá, Valdir de Freitas Silva, que coordena os trabalhos na igreja, constatou que era necessário refazer todo telhado. “Dessa forma aproveitamos para fazer outras intervenções, como instalações elétricas, estrutura, fundação e diversos reparos. Agora faltam a reparação de figuras artísticas, acessibilidade, ornamentação e pintura”, explica.

A comunidade local também contribui para a restauração. O instituto selecionou moradores para formação profissional em oficial da construção civil, que recebem uma bolsa de R$ 500 como ajuda de custo. “Nós recrutamos pessoas da comunidade para capacitar e deixar mão de obra qualificada para os trabalhos de restauração, aproveitando o máximo que a gente pode das unidades das edificações antigas. Hoje temos um quadro de 13 alunos e também profissionais que estão executando trabalhos de mais responsabilidade”, destaca o professor.

Priscilla Oliveira Ramos, de 38 anos e moradora de Acuruí há 9, está desde o início da obra. “É uma surpresa muito boa participar dessa restauração, que é algo que eu nunca tinha visto. Estou aprendendo muito, estou muito feliz, é gratificante poder contribuir com um trabalho tão importante para a minha comunidade”, pontua.

A preocupação com a originalidade do projeto é observada em cada detalhe dos trabalhos, como a massa mineral, usada na época como cimento. “Ela é feita com areia, terra e cal. A gente mistura, deixa descansar por 24 horas e depois desse repouso, é pisoteada para que consiga a resistência e consistência de aplicação. Tem que ser feita no pé mesmo, do contrário ela não consegue essa consistência”, desvenda Valdir. A previsão é de que a igreja seja entregue em outubro.

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